Educação Ambiental
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Humanas / Sociais
marcella sarah 11/10/2024
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<p>PRONATEC</p><p>PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO</p><p>AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO</p><p>PDE</p><p>elaboração</p><p>e tratamento</p><p>de textos</p><p>didáticos</p><p>Paulo Roberto Colusso</p><p>Ricardo Brisolla Ravanello</p><p>Simone Witt Matté</p><p>Volnei Antônio Matté</p><p>Daiana Christ</p><p>Organizador</p><p>Paulo Roberto Colusso</p><p>Santa Maria - RS</p><p>2016</p><p>© Colégio Técnico Industrial de Santa Maria</p><p>Este caderno foi elaborado pelo Colégio Técnico Industrial</p><p>da Universidade Federal de Santa Maria para a Rede e-Tec Brasil.</p><p>Coordenação Institucional</p><p>Paulo Roberto Colusso</p><p>Organização</p><p>Paulo Roberto Colusso</p><p>Autores</p><p>Paulo Roberto Colusso</p><p>Ricardo Brisolla Ravanello</p><p>Simone Witt Matté</p><p>Volnei Antônio Matté</p><p>Daiana Christ</p><p>Revisão Textual</p><p>Camila Marchesan Cargnelutti</p><p>Felipe Freitag</p><p>Projeto Gráfi co</p><p>Cássio Fernandes Lemos</p><p>Erika Goellner</p><p>Leandro Felipe Aguilar Freitas</p><p>Marcel Santos Jacques</p><p>Volnei Antônio Matté</p><p>Diagramação</p><p>Leandro Felipe Aguilar Freitas</p><p>Assistente de Produção Fotográfi ca</p><p>Ana Letícia do Amaral</p><p>E Elaboração e tratamento de textos didáticos / Volnei Antônio Matté... [et al.] ;</p><p>organizador Paulo Roberto Colusso. – Santa Maria : Colégio Técnico Industrial</p><p>de Santa Maria, .</p><p> p. : il. ; cm</p><p>isbn ----</p><p>Caderno elaborado pelo Colégio Técnico Industrial da Universidade Federal</p><p>de Santa Maria para a Rede e-Tec Brasil.</p><p>. Tipografi a .Comunicação visual . Educação I. Colusso, Paulo Roberto</p><p>II. Escola Técnica Aberta do Brasil</p><p>cdu .</p><p>Ficha catalográfi ca elaborada por Alenir I. Goularte - crb-10/990</p><p>Biblioteca Central da ufsm</p><p>PresidÊncia da RepÚbLica FederatiVa do BrasiL</p><p>MinistÉrio da Educação</p><p>Secretaria de Educação ProfissionaL e TecnoLógica</p><p>Imagens</p><p>Agnes Oliveira Borges</p><p>Aleph Corporation</p><p>Ana Letícia Oliveira do Amaral</p><p>Anastasia Dimitriadi</p><p>Anthony James</p><p>Bohyun Kim</p><p>Brain&Bros Dz.</p><p>Brian Liu</p><p>Cássio Fernandes Lemos</p><p>Daniela Riveros</p><p>David Foster Wallace</p><p>Eduardo Franco</p><p>Elena Malkova</p><p>Future Plc.</p><p>Genaro Colusso</p><p>Haeun Jeong</p><p>Hande Ünver</p><p>Harper’s Bazaar Magazine</p><p>Jackson Alves</p><p>Jaeeunn Kim</p><p>Jordan Jelev</p><p>Leandro Felipe Aguilar Freitas</p><p>Madeleine Skjelland Eriksen</p><p>Maria Teresa Kurek</p><p>Marius Holtmon</p><p>Matheus Tanuri Pascotini</p><p>Mette Landsem</p><p>Neil Pitman</p><p>New York Magazine</p><p>Philippe Moesch</p><p>Shut Up Studio</p><p>Siggi’s Dairy</p><p>Solange Saavedra</p><p>Th e Fontmaker</p><p>Th e Labelmaker</p><p>Unicode Studio</p><p>Vassil Kateliev</p><p>Warner Bros. Pictures</p><p>Apresentação</p><p>A sociedade em que vivemos tem o privilégio da diversidade. A comunicação se torna</p><p>cada vez mais acessível, direta, específica e personalizada. Neste ambiente, as redes</p><p>sociais desempenham um papel fundamental, integrando grupos e indivíduos de</p><p>culturas diferentes, afinidades semelhantes, interesses afins ou contrários, enfim,</p><p>gerando reflexões, questionamentos, mobilizando grupos e promovendo mudanças</p><p>sociais. Dessa maneira, a imagem passa a ser um elemento essencial e ativo de</p><p>comunicação e de informação, sendo amplamente valorizada, manipulada e utilizada</p><p>por todos os indivíduos.</p><p>Da mesma forma, podemos afirmar que isso também se aplica ao processo de</p><p>ensino-aprendizagem, no qual a multiplicidade e a diversidade constituem aspectos</p><p>importantes, pois são categorias que se refletem na construção particular do processo</p><p>de ensinar e aprender. Como as pessoas aprendem de maneiras diversas, é adequado</p><p>que esta multiplicidade e diversidade da sociedade contemporânea seja, também,</p><p>direcionada para a educação.</p><p>No ensino a distância, os recursos didáticos, pela diversidade dos meios em que</p><p>se apresentam, permitem que o estudante possa construir seu conhecimento de</p><p>formas diferentes daquelas a que sempre esteve habituado, aprendendo da maneira</p><p>que lhe seja mais adequada. Sendo assim, os recursos didáticos utilizados no EaD</p><p>auxiliam, de forma mais dinâmica, o processo de ensinar e aprender, pois permitem</p><p>apresentar a mesma informação em diferentes meios, englobando texto, imagem,</p><p>movimento e som, possibilitando também a interação.</p><p>u</p><p>ti</p><p>li</p><p>za</p><p>çã</p><p>o</p><p>e</p><p>p</p><p>r</p><p>o</p><p>d</p><p>u</p><p>çã</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>im</p><p>a</p><p>g</p><p>en</p><p>s</p><p>pa</p><p>r</p><p>a</p><p>ea</p><p>d</p><p>In</p><p>tr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>4 Sabemos que o ensino a distância, por questões de operacionalização</p><p>e custos, não comporta uma abordagem individualizada, em termos de</p><p>produção do material, para cada professor autor. Também precisa seguir</p><p>um padrão que facilite sua produção, caso contrário, a equipe multidis-</p><p>ciplinar necessitaria iniciar sempre um novo projeto para cada professor,</p><p>e isso se tornaria inviável no contexto atual. Nesse sentido, os recursos</p><p>didáticos disponíveis, como os textos, as imagens, os vídeos, os objetos</p><p>de aprendizagem e o próprio ambiente virtual, podem ser utilizados como</p><p>importantes meios de proporcionar essa diversidade e flexibilidade de</p><p>aprendizagem.</p><p>O professor tem à sua disposição inúmeros recursos e elementos de</p><p>comunicação e informação, assim, ele pode organizar sua disciplina uti-</p><p>lizando esses recursos de forma variada, alternada e criativa, gerando a</p><p>diversidade necessária para atender a demanda de uma sociedade baseada</p><p>na multiplicidade e não na “pasteurização”.</p><p>Com o propósito de servir de auxílio à capacitação de professores</p><p>autores e demais interessados no desenvolvimento de materiais para a</p><p>Educação a Distância, a equipe multidisciplinar EaD do Colégio Técnico</p><p>Industrial de Santa Maria teve a iniciativa de desenvolver uma série de</p><p>cadernos didáticos de apoio. O foco destes cadernos não foi direcionado</p><p>apenas ao desenvolvimento de um determinado tipo de material, como os</p><p>objetos de aprendizagem ou videoaulas, por exemplo. Procuramos abordar</p><p>mais os recursos do que os materiais, ou seja, enfocar os elementos e recur-</p><p>sos de comunicação que o professor dispõe para construir seus materiais.</p><p>Assim, estipulamos as seguintes categorias para serem abordadas e</p><p>detalhadas nessa série de cadernos: imagem, texto, audiovisual e inte-</p><p>ração. Com base nessas categorias, a proposta de cadernos didáticos e</p><p>sua respectiva sequência está assim organizada:</p><p>• 1º Caderno – Produção e Utilização de Imagens na Educação.</p><p>• 2º Caderno – Elaboração e Tratamento de Textos Didáticos.</p><p>• 3º Caderno – Produção e Utilização de Audiovisuais na Educação.</p><p>• 4º Caderno – Recursos Interativos de Aprendizagem.</p><p>Se você observar a sequência apresentada, perceberá que ela inicia tra-</p><p>tando dos recursos estáticos, passa a considerar, gradualmente, os recursos</p><p>em movimento para, então, finalizar tratando da interação. Cada uma das</p><p>categorias em destaque fornece a base e os fundamentos para a seguinte.</p><p>In</p><p>tr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>u</p><p>ti</p><p>li</p><p>za</p><p>çã</p><p>o</p><p>e</p><p>p</p><p>r</p><p>o</p><p>d</p><p>u</p><p>çã</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>im</p><p>a</p><p>g</p><p>en</p><p>s</p><p>pa</p><p>r</p><p>a</p><p>ea</p><p>d</p><p>5O objetivo é fornecer conhecimentos e técnicas para a produção,</p><p>elaboração e utilização de recursos didáticos, para que o profes-</p><p>sor possa utilizá-los no desenvolvimento de seus materiais. Não</p><p>pretendemos abordar com profundidade as questões didáticas da</p><p>condução da disciplina, ou construção do design instrucional, mas</p><p>simplesmente tratar e demonstrar as potencialidades dos recursos</p><p>didáticos que o professor pode fazer uso para construir e efetivar</p><p>sua disciplina. O conteúdo desses cadernos traz noções gerais e</p><p>assuntos mais aprofundados sobre o tema em pauta. Você poderá</p><p>consultar isoladamente algumas seções para tirar suas dúvidas ou</p><p>aprofundar seus conhecimentos, de acordo com suas intenções e</p><p>necessidades.</p><p>Esse caderno, o segundo, trata do texto para EaD, englobando</p><p>alguns aspectos gerais de redação, as especificidades da tipografia e</p><p>do tratamento visual dos textos para auxiliar no processo de leitura,</p><p>bem como discorre sobre o comportamento dos textos em tela, bus-</p><p>cando compreender suas relações com a leitura em mídias digitais.</p><p>O planejamento e a execução desses cadernos foram realizados</p><p>inteiramente pela equipe multidisciplinar do ead/ctism. A equipe</p><p>desenvolveu os textos, as ilustrações e a diagramação desses cader-</p><p>nos de apoio. Participaram profissionais com formação em educação,</p><p>design gráfico, ciências da computação e letras, entre outras áreas,</p><p>como é o recomendado a uma equipe multidisciplinar para EaD.</p><p>A equipe multidisciplinar do ctism possui uma significativa</p><p>Quanto mais finos os traços, maior será a</p><p>área do fundo que aparecerá, tornando mais leve a man-</p><p>cha de texto. Além do desenho da letra, pelo menos outros</p><p>três itens também contribuem para definir a intensidade</p><p>da mancha: os espaços entre as letras de uma palavra; os</p><p>espaços entre as palavras de uma frase, e os espaços entre</p><p>as frases de um texto.</p><p>Essa mancha de texto é a indicação que possuímos para</p><p>avaliar e para desenvolver uma diagramação mais adequada</p><p>à leitura. Observe na imagem a seguir (figura 3.35), alguns</p><p>exemplos de manchas de texto aplicadas a produtos gráficos.</p><p>57</p><p>Manchas de texto</p><p>Livro</p><p>Livro</p><p>Jornal</p><p>Revista</p><p>Por meio da mancha de texto podemos identificar o alinha-</p><p>mento das linhas de um texto. Os tipos mais comuns são à</p><p>esquerda, à direita, centralizado e justificado. Nesses alinhamen-</p><p>tos, os espaços entre as letras e palavras serão iguais, com exce-</p><p>ção do justificado, no qual os espaços são forçados para construir</p><p>um bloco de texto com ambas as bordas verticais (figura 3.36).</p><p>figura 3.35</p><p>Manchas de texto.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>58</p><p>Havia portas ao redor do salão inteiro,</p><p>mas estavam todas trancadas; depois</p><p>de percorrer todo um lado e voltar</p><p>pelo outro, experimentando cada</p><p>porta, caminhou desolada até o meio,</p><p>pensando como haveria de sair dali.</p><p>De repente topou com uma mesinha</p><p>de três pernas, feita de vidro maciço;</p><p>sobre ela não havia nada, a não ser</p><p>uma minúscula chave de ouro, e a</p><p>primeira ideia de Alice foi que devia</p><p>pertencer a uma das portas do salão;</p><p>mas, que pena! ou as fechaduras</p><p>eram grandes demais, ou a chave era</p><p>pequena demais, de qualquer maneira</p><p>não abria nenhuma delas.</p><p>Havia portas ao redor do salão inteiro,</p><p>mas estavam todas trancadas; depois</p><p>de percorrer todo um lado e voltar</p><p>pelo outro, experimentando cada</p><p>porta, caminhou desolada até o meio,</p><p>pensando como haveria de sair dali.</p><p>De repente topou com uma mesinha</p><p>de três pernas, feita de vidro maciço;</p><p>sobre ela não havia nada, a não ser</p><p>uma minúscula chave de ouro, e a</p><p>primeira ideia de Alice foi que devia</p><p>pertencer a uma das portas do salão;</p><p>mas, que pena! ou as fechaduras</p><p>eram grandes demais, ou a chave</p><p>era pequena demais, de qualquer</p><p>maneira não abria nenhuma delas.</p><p>Havia portas ao redor do salão inteiro,</p><p>mas estavam todas trancadas; depois</p><p>de percorrer todo um lado e voltar</p><p>pelo outro, experimentando cada</p><p>porta, caminhou desolada até o meio,</p><p>pensando como haveria de sair dali.</p><p>De repente topou com uma mesinha</p><p>de três pernas, feita de vidro maciço;</p><p>sobre ela não havia nada, a não ser</p><p>uma minúscula chave de ouro, e a</p><p>primeira ideia de Alice foi que devia</p><p>pertencer a uma das portas do salão;</p><p>mas, que pena! ou as fechaduras</p><p>eram grandes demais, ou a chave era</p><p>pequena demais, de qualquer maneira</p><p>não abria nenhuma delas.</p><p>Havia portas ao redor do salão inteiro,</p><p>mas estavam todas trancadas; depois</p><p>de percorrer todo um lado e voltar</p><p>pelo outro, experimentando cada porta,</p><p>caminhou desolada até o meio, pensando</p><p>como haveria de sair dali.</p><p>De repente topou com uma mesinha</p><p>de três pernas, feita de vidro maciço;</p><p>sobre ela não havia nada, a não ser uma</p><p>minúscula chave de ouro, e a primeira</p><p>ideia de Alice foi que devia pertencer</p><p>a uma das portas do salão; mas, que</p><p>pena! ou as fechaduras eram grandes</p><p>demais, ou a chave era pequena demais,</p><p>de qualquer maneira não abria nenhuma</p><p>delas.</p><p>Alinhamentos</p><p>À esquerda</p><p>Centralizado Justificado à esquerda</p><p>À direita</p><p>figura 3.36</p><p>Exemplos de</p><p>alinhamentos.</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>59</p><p>Texto Títulos</p><p>Baskerville</p><p>Palatino</p><p>Adobe Garamond</p><p>Times New Roman</p><p>aller display</p><p>Bauhaus 93</p><p>Blackmoor</p><p>Zapfino</p><p>A indicação de uso das possibilidades de alinhamento passa</p><p>pela facilidade com que o cérebro encontra o início e o final das</p><p>frases para iniciar e para terminar a leitura. Assim, os textos</p><p>justificados, ou seja, alinhados no início e no final, são indicados</p><p>para grandes volumes, pois são os mais confortáveis de serem</p><p>lidos. Os textos alinhados à esquerda, ficam em segundo lugar,</p><p>visto que o início da frase é mais importante de ser rapidamente</p><p>encontrado do que o final dela. Já os textos alinhados à direita</p><p>e os centralizados são os que possuem maior nível de descon-</p><p>forto, devendo ser utilizados apenas em pequenas quantidades,</p><p>caso necessário, pois os nossos olhos possuem dificuldade para</p><p>encontrar o início de cada frase, uma vez que o alinhamento é</p><p>irregular nesses dois tipos.</p><p>3.4.2 fontes para uso em texto e em títuLo</p><p>Antes de diagramar qualquer texto é importante escolher adequa-</p><p>damente a fonte que será utilizada, tanto para o corpo do texto</p><p>como para os títulos. No campo da tipografia, podemos encontrar</p><p>inúmeros e aprofundados estudos acerca das diferenças e das par-</p><p>ticularidades de cada fonte em termos de sua adequação a manchas</p><p>de texto e também a corpos maiores. Aqui, simplificaremos esses</p><p>aspectos, abordando essas questões de maneira sucinta.</p><p>Algumas fontes são desenhadas especificamente para títulos,</p><p>ou seja, para uso em corpos maiores ou com pouca quantidade de</p><p>texto, e outras que são desenhadas para o corpo do texto, ou seja,</p><p>para aplicação em corpos menores ou em grandes quantidades de</p><p>texto (figura 3.37).</p><p>figura 3.37</p><p>Exemplos de fontes</p><p>de texto e de título.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>60</p><p>Como auxílio para compreender esse conceito</p><p>(fontes de texto e fontes de título), podemos reto-</p><p>mar o conceito de legibilidade, ou seja, o reconhe-</p><p>cimento dos padrões tradicionais de leitura. Nesse</p><p>caso, quando lemos um título, nossa leitura pode</p><p>ser mais lenta, nossos olhos podem demorar mais</p><p>em determinados momentos para entender, ou</p><p>mesmo para decifrar algum caractere que não seja</p><p>muito legível, sem prejudicar significativamente a</p><p>leitura, pois a quantidade de texto é pequena.</p><p>No entanto, quando vamos ler uma quantidade</p><p>grande de texto, é importante que o trajeto do</p><p>nosso olhar seja feito de forma fluída e consis-</p><p>tente. Para que isso aconteça é crucial que a fonte</p><p>escolhida seja compatível com os padrões de legi-</p><p>bilidade. Como o corpo é relativamente pequeno,</p><p>normalmente variando entre 8 e 12 pontos, é</p><p>aconselhável usar uma fonte simples, sem muitos</p><p>detalhes ornamentais.</p><p>As fontes mais ornamentadas e manuscritas</p><p>são mais adequadas para títulos do que para textos,</p><p>enquanto que as fontes de texto, como as Serifa-</p><p>das e Sem Serifas tradicionais, são mais indicadas</p><p>para textos, e também podem ser utilizadas em</p><p>títulos, na maioria das vezes, sem problema algum</p><p>(figura 3.38).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>61</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito maior</p><p>que um buraco de rato: ela ajoelhou-se e</p><p>avistou o mais adorável jardim que jamais</p><p>vira. Como ela gostaria de sair daquela sala</p><p>escura e passear por entre aqueles canteiros</p><p>de flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou a</p><p>pobre Alice. “teria pouca utilidade sem</p><p>meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito maior</p><p>que um buraco de rato: ela ajoelhou-se e</p><p>avistou o mais adorável jardim que jamais</p><p>vira. Como ela gostaria de sair daquela sala</p><p>escura e passear por entre aqueles canteiros</p><p>de flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou a</p><p>pobre Alice. “teria pouca utilidade sem</p><p>meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu</p><p>que dava</p><p>para uma pequena</p><p>passagem, não muito maior</p><p>que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o</p><p>mais adorável jardim que</p><p>jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela</p><p>sala escura e passear por</p><p>entre aqueles canteiros de</p><p>flores viçosas e aquelas</p><p>fontes geladas...mas ela</p><p>nem mesmo conseguiria</p><p>fazer passar sua cabeça</p><p>pela porta; “e mesmo que</p><p>a minha cabeça passasse”,</p><p>pensou a pobre Alice.</p><p>“teria pouca utilidade sem</p><p>meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava</p><p>para uma pequena passagem, não</p><p>muito maior que um buraco de rato:</p><p>ela ajoelhou-se e avistou o mais</p><p>adorável jardim que jamais vira.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela</p><p>sala escura e passear por entre</p><p>aqueles canteiros de flores viçosas</p><p>e aquelas fontes geladas...mas ela</p><p>nem mesmo conseguiria fazer passar</p><p>sua cabeça pela porta; “e mesmo que</p><p>a minha cabeça passasse”, pensou a</p><p>pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>A porta</p><p>A porta A porta</p><p>A porta</p><p>CO</p><p>RR</p><p>ET</p><p>O</p><p>IN</p><p>CO</p><p>RR</p><p>ET</p><p>O</p><p>Exemplos de uso</p><p>figura 3.38</p><p>Exemplos de</p><p>uso de fontes de</p><p>texto e de título.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>62</p><p>Uma das regras fundamentais da diagramação</p><p>quanto à escolha da fonte é que, quanto menor o</p><p>corpo da letra que compõe o texto, mais simples</p><p>deve ser seu desenho. Quanto mais ornamen-</p><p>tado for seu desenho, maior deve ser o corpo a</p><p>ser utilizado.</p><p>Outro aspecto importante é a distorção dos</p><p>caracteres. O desenho das fontes é pensado para</p><p>adequar-se aos padrões de legibilidade e para</p><p>facilitar a leitura dos textos. O peso e o contraste</p><p>de seus traços buscam certa proporção adequada</p><p>à fluidez da leitura. Alguns programas de com-</p><p>putador permitem manipular livremente essas</p><p>proporções, possibilitando ach atar ou expandir</p><p>a fonte horizontalmente e verticalmente e, até</p><p>mesmo, fazer inclinações forçadas e distorções</p><p>orgânicas (figura 3.39).</p><p>Distorção – Open Sans</p><p>Exemplo</p><p>original</p><p>Exemplo</p><p>distorção vertical</p><p>Exemplo</p><p>distorção horizontal</p><p>Exemplo</p><p>distorção de inclinação</p><p>figura 3.39</p><p>Exemplos de distorção</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>63</p><p>Distorção – Univers</p><p>Esta é a Univers</p><p>Esta é a Univers</p><p>regular</p><p>distorcida</p><p>condensada</p><p>Porém, essas distorções devem ser evitadas,</p><p>uma vez que destroem as proporções dos traços,</p><p>comprometendo a legibilidade. Caso seja necessá-</p><p>rio utilizar uma fonte mais apertada, ou expandida,</p><p>é aconselhado escolher uma fonte que já possua</p><p>essa característica no desenho original. Veja na</p><p>figura 3.40 os resultados das distorções e sua</p><p>relação com uma fonte desenhada para apresentar</p><p>proporções semelhantes.</p><p>figura 3.40</p><p>Distorção x largura</p><p>dos caracteres.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>64</p><p>3.4.3 espaços em branco</p><p>Os espaços em branco são tão importantes quanto as letras</p><p>para a adequada leitura de um texto. Simplificadamente,</p><p>temos três tipos de espaços brancos dentro da mancha de</p><p>texto: a entrelinha, a entrepalavra e a entreletra.</p><p>A entrelinha (figura 3.41) consiste nos espaços em</p><p>branco gerados pelas distâncias das linhas de base de um</p><p>texto. Por exemplo, um texto com entrelinha 12 terá a dis-</p><p>tância vertical de 12 pontos em cada linha de texto, partindo</p><p>sempre da base dos caracteres, como o pé de um “n”.</p><p>A padronização dos espaços entre as linhas de um texto</p><p>produz uma espécie de marcação rítmica. Se esse espaço for</p><p>pequeno, principalmente em textos longos, a mancha se</p><p>tornará pesada e o ritmo frenético. Todavia, com um espaço</p><p>muito grande entre uma linha e outra, pode-se retardar</p><p>demais a leitura, além de que um exagero de área branca</p><p>não contribui em nada para valorizar o texto.</p><p>Entrelinhas</p><p>figura 3.41</p><p>Diferentes entrelinhas.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito</p><p>maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorá-</p><p>vel jardim que jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela sala escura</p><p>e passear por entre aqueles canteiros</p><p>de flores viçosas e aquelas fontes gela-</p><p>das...mas ela nem mesmo conseguiria</p><p>fazer passar sua cabeça pela porta; “e</p><p>mesmo que a minha cabeça passasse”,</p><p>pensou a pobre Alice. “teria pouca</p><p>utilidade sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito</p><p>maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorá-</p><p>vel jardim que jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela sala escura e</p><p>passear por entre aqueles canteiros de</p><p>flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou</p><p>a pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito</p><p>maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorá-</p><p>vel jardim que jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela sala escura e</p><p>passear por entre aqueles canteiros de</p><p>flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou</p><p>a pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito</p><p>maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorá-</p><p>vel jardim que jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela sala escura e</p><p>passear por entre aqueles canteiros de</p><p>flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou</p><p>a pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>66</p><p>O espaço entrelinhas pode variar conforme as</p><p>características gerais dos elementos que compõem a</p><p>mancha de texto. Os ajustes desse espaço devem ser</p><p>pensados de forma a manter uma mancha agradável à</p><p>leitura. Assim, na composição de um texto com tipos</p><p>mais pesados, podemos compensar com mais área</p><p>em branco entre as linhas. Esse mesmo raciocínio</p><p>pode ser usado em relação ao contraste com a cor de</p><p>fundo, com o desenho da letra, com o tamanho, com</p><p>a utilização de gráficos e de outros elementos no meio</p><p>do texto.</p><p>Usualmente, podemos indicar que a relação média</p><p>de entrelinha para um texto é de aproximadamente</p><p>120%, ou seja, em um corpo de letra de 10 pt, teríamos</p><p>uma entrelinha de 12 pt, e assim por diante. Esse</p><p>padrão é indicado pela expressão 10/12. Podemos</p><p>ter relações aproximadas de 9/11, 11/13, 12/15 etc.</p><p>Uma questão muito importante é observar a rela-</p><p>ção da entrelinha com a largura de coluna. Para uma</p><p>coluna mais larga do que o normal, será necessário</p><p>utilizar uma entrelinha maior e, em uma coluna mais</p><p>estreita, a entrelinha pode ser menor. Utilizando o</p><p>exemplo anterior, em uma coluna mais larga pode-</p><p>remos ter o corpo 10 pt e a entrelinha em 15 pt, ou</p><p>seja, 10/15. Em uma coluna mais estreita, poderá ser</p><p>necessário utilizar 10/10 ou 10/11. Mas isso depende</p><p>muito do desenho dos caracteres da fonte empregada,</p><p>e nada substitui alguns testes de impressão e de lei-</p><p>tura para verificar se está confortável, ou não, a visu-</p><p>alização do texto (figura 3.42).</p><p>67</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para</p><p>uma pequena passagem, não muito maior</p><p>que um buraco de rato: ela ajoelhou-se</p><p>e avistou o mais adorável jardim que</p><p>jamais vira. Como ela gostaria de sair</p><p>daquela sala escura e passear por entre</p><p>aqueles canteiros de flores viçosas e</p><p>aquelas fontes geladas...mas ela nem</p><p>mesmo conseguiria fazer passar sua</p><p>cabeça pela porta; “e mesmo que a minha</p><p>cabeça passasse”, pensou a pobre Alice.</p><p>“teria pouca utilidade sem</p><p>meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena</p><p>passagem, não muito maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorável jardim que jamais vira.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por</p><p>entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes</p><p>geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer passar</p><p>sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça</p><p>passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que um buraco de rato: ela</p><p>ajoelhou-se e avistou o mais adorável jardim que jamais vira. Como ela gostaria de sair daquela sala escura e</p><p>passear por entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria</p><p>fazer passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca</p><p>utilidade sem meus ombros”.</p><p>Entrelinhas</p><p>Kepler, 10pt</p><p>Entrelinha 13pt</p><p>Entrelinha 17pt</p><p>Entrelinha 15pt</p><p>figura 3.42</p><p>Relação entre</p><p>largura de colunas</p><p>e entrelinhas.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>68</p><p>O espaço entrepalavra, como o nome sugere, é o intervalo entre</p><p>o final de uma palavra e o início de outra. O reconhecimento da</p><p>extensão de uma palavra é um dado importantíssimo para o pro-</p><p>cessamento dessa palavra no cérebro. É o espaço que sofre maiores</p><p>modificações quando o alinhamento do texto é justificado, pois</p><p>é necessário ajustar os espaços para alinhar as linhas do texto à</p><p>esquerda e à direita.</p><p>Em geral, alguns programas computacionais de editoração de</p><p>texto podem determinar valores específicos de entrepalavras para</p><p>alinhamentos à esquerda, à direita e centralizados, e mínimos e</p><p>máximos para alinhamentos justificados.</p><p>A questão essencial dos espaços entrepalavras é que eles devem</p><p>ter uma proporção adequada que permita separar as palavras, mas</p><p>que elas ainda possam ser percebidas como parte de uma mesma</p><p>linha (figura 3.43).</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear</p><p>por entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas</p><p>fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha</p><p>cabeça passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca</p><p>utilidade sem meus ombros”.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura</p><p>e passear por entre aqueles canteiros de flores</p><p>viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem</p><p>mesmo conseguiria fazer passar sua cabeça pela</p><p>porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”,</p><p>pensou a pobre Alice. “teria pouca utilidade sem</p><p>meus ombros”.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear</p><p>por entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas</p><p>fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha</p><p>cabeça passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca</p><p>utilidade sem meus ombros”.</p><p>Espaço entrepalavra</p><p>N</p><p>O</p><p>RM</p><p>A</p><p>L</p><p>A</p><p>PE</p><p>RT</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>EX</p><p>PA</p><p>N</p><p>D</p><p>ID</p><p>O</p><p>figura 3.43</p><p>Espaço entrepalavra.</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>69</p><p>O espaço entreletra consiste na área branca</p><p>formada pelo final de uma letra e o início da</p><p>outra. A entreletra adequada é fundamental</p><p>como elemento de construção da legibilidade</p><p>dos caracteres. Fazendo uma analogia: cada</p><p>caractere é como um ser vivo que precisa de</p><p>um espaço ao seu redor para poder respirar; se</p><p>estiver apertado, não consegue sobreviver; se</p><p>estiver com muito espaço, acaba se isolando</p><p>e perdendo sua identidade, ou seja, deixa de</p><p>formar as palavras, tornando-se apenas letra</p><p>(figura 3.44).</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por entre aqueles</p><p>canteiros de flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo</p><p>conseguiria fazer passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça</p><p>passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por entre aqueles canteiros de</p><p>flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer passar</p><p>sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a pobre Alice.</p><p>“teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por entre</p><p>aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela</p><p>nem mesmo conseguiria fazer passar sua cabeça pela porta; “e mesmo</p><p>que a minha cabeça passasse”, pensou a pobre Alice. “teria pouca</p><p>utilidade sem meus ombros”.</p><p>Espaço entreletra</p><p>N</p><p>O</p><p>RM</p><p>A</p><p>L</p><p>A</p><p>PE</p><p>RT</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>EX</p><p>PA</p><p>N</p><p>D</p><p>ID</p><p>O</p><p>figura 3.44</p><p>Espaço entreletra.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>70</p><p>Partindo do pressuposto que não lemos, necessariamente,</p><p>as letras para entender uma palavra e sim o desenho formado</p><p>por essas letras, dado em uma palavra, o espaçamento grande</p><p>de letras é um recurso que se justificará em poucos casos.</p><p>Nas palavras em geral, principalmente em certas categorias</p><p>de tipos com serifas, originárias historicamente de um dese-</p><p>nho caligráfico, a estrutura de tais letras possui elementos</p><p>chamados de ligaturas, que têm por função realizar as cone-</p><p>xões internas dos glifos ao ligarem visualmente a sequência</p><p>de letras que formam uma palavra. As ligaturas mais comuns</p><p>são: fi, fl, ffi, ffl, porém ainda são encontradas fontes com um</p><p>número muito superior de ligaturas que visam solucionar o</p><p>espaço entreletra de forma otimizada (figura 3.45).</p><p>figura 3.45</p><p>Ligaturas.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Um espaço maior pode ser usado em siglas ou</p><p>em letras em caixa-alta. Ao contrário das minúscu-</p><p>las que são lidas pelo seu conjunto, lemos mais len-</p><p>tamente as maiúsculas, pois, às vezes, precisamos</p><p>ver as letras específicas e, nesse caso, um espaço a</p><p>mais pode ajudar (figura 3.46).</p><p>Ligaturas</p><p>Básicas (Minion Pro)</p><p>Variadas (Valentina)</p><p>-</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>71</p><p>Entreletra 0</p><p>Entreletra 0</p><p>Entreletra 50</p><p>minúsculas</p><p>MAIÚSCULAS</p><p>MAIÚSCULAS</p><p>Para textos longos, se há uma espécie de lei geral para os espaços entreletra,</p><p>entrepalavra e entrelinha é que (com raríssimas exceções) devemos aplicar nes-</p><p>ses intervalos espaços negativos, ou seja, diminuí-los em referência ao que foi</p><p>projetado inicialmente pelo tipógrafo. Como, por exemplo, colocar entrelinhas</p><p>negativas e juntar demais as letras e as palavras. As áreas “brancas” são caracte-</p><p>rísticas muito importantes nos textos, tanto para momentos de descanso dos</p><p>olhos quanto para a fácil identificação das palavras. Para textos de maior volume,</p><p>a qualidade de conforto visual é um atributo do qual não se pode abrir mão</p><p>(figura 3.47).</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por</p><p>entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes gela-</p><p>das...mas ela nem mesmo conseguiria fazer passar sua cabeça</p><p>pela porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a</p><p>pobre Alice. “teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por en-</p><p>tre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes geladas...</p><p>mas ela nem mesmo conseguiria fazer passar sua cabeça pela</p><p>porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a pobre</p><p>Alice. “teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>Espaços negativos</p><p>Entreletra 0 e entrelinha padrão da fonte</p><p>Entreletra -4% e entrelinha reduzida</p><p>figura 3.46</p><p>Espaço entreletra</p><p>para maiúsculas.</p><p>maria teresa kurek</p><p>figura 3.47</p><p>Espaços negativos.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>72</p><p>Incorreto</p><p>Texto mal justificado</p><p>A hifenização deve ser aplicada nos alinhamentos</p><p>justificados para</p><p>melhorar a distribuição dos espaços em branco, evitando “caminhos</p><p>de rato” no meio do texto. É indicado também que textos alinhados</p><p>à esquerda ou à direita não sejam hifenizados, para facilitar a leitura</p><p>(figura 3.48).</p><p>Não obstante, os títulos podem ter trata-</p><p>mento diferenciado, se necessário. Mesmo</p><p>nesses casos não se deve abrir mão da padro-</p><p>nização dos espaços, porém é interessante</p><p>diferenciá-los do utilizado na mancha de</p><p>texto. Os títulos marcam alguma mudança</p><p>temática, e essa mudança deve ser indicada</p><p>visualmente. Como são poucas palavras, ou</p><p>mesmo uma frase apenas, os títulos permitem</p><p>mais liberdade para tratar os espaços. Observe,</p><p>na figura 3.49, algumas possibilidades, desde</p><p>títulos mais tradicionais até títulos com o tra-</p><p>tamento de espaços diferenciado.</p><p>figura 3.48</p><p>Problemas de</p><p>hifenização e</p><p>justificação.</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>73</p><p>figura 3.49</p><p>Possibilidades de</p><p>tratamento gráfico</p><p>de títulos.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Títulos</p><p>squibeaque inullaut aut aceatur molupta</p><p>tiatempor re rendi reriatem. Nam aut aut</p><p>lam excepressunt aut min estibusam est</p><p>odia con comnis eos quo verfers peditat.</p><p>Onecto quas del in rate plamet harum res</p><p>si cus earum remquas accae. Et quo te et</p><p>ad ute doloribusam nusci sit quidusantios</p><p>et alis magnis nam haris que vid ea sequi</p><p>voluptis ex eatiisi sunte pa sandusae. Nem</p><p>non pro incid modis dolorum fugia na-</p><p>tem conserum adis alit dererro vidunto-</p><p>tatus dolecae parumquo id magnis ratiuri</p><p>bustoria.</p><p>Anturibus corestiorro volum estrum aut</p><p>faccabo. At.</p><p>Fuga. Ma si re apitatiis reniscit reperio</p><p>ium repedis suntem ut estis ra dollent</p><p>iorersperate plibus voluptatior autemqu</p><p>aeperiost ipsantur?</p><p>Arum rerro blabore ribuscipsae sum et</p><p>apita ent rem est, quiae deri de denda con</p><p>ex ersperor sectiuribero to que sit late</p><p>etusanto volupta quo eum ius, ad minul-</p><p>liae peri comnis nobitatur, ea nimolorpor</p><p>apictur?Uciet aceatur sit haribus cimus-</p><p>dant, sequi consend ipideliqui blandio.</p><p>Sed ut assus excea ium que latia volupta-</p><p>expla volorro omnisti re niscius aces is ut</p><p>quaes maximil lenientibus, quatemp er-</p><p>sperspieni volupta venienet et ium con pa</p><p>sus, nobitaest dolores ullor si sinciust, volor</p><p>sumquis dolupta dolorerit que nulluptatint</p><p>re, undanda nduntur, od quam, numquam,</p><p>tem nat.</p><p>Is doluptis est, conse cum aboreprovit explis</p><p>eum doloratur repuditasped quo volore lis</p><p>volessi volorem estotam que magnis abori-</p><p>bus anduciam faccatet molorecuptas eatur?</p><p>Occabor ectiis aut inctem. Ulpa expere vo-</p><p>luptat dolupta tiandam reptiat iisquiant,</p><p>incil ipsam, conseni millupti nationsed qua-</p><p>mus expelita sit ommo totatur? Qui omnihi-</p><p>Ihitatus. Pid ut alibusciunte velest etur?</p><p>Et explate nost occuste mpedis etur, ut</p><p>landicia verum doluptatus dipicimus aut</p><p>ut vellum voluptatusa posapitam, nes que</p><p>et hicius dis del mod ut dem hilit, nus, con</p><p>restibus, te vid quam restis et fuga. Namus-</p><p>dae suntis aut ella adit aut latiis se alibusape</p><p>prores doluptat eaqui in estisci picienitin</p><p>conecta tincilibus ut imus ium vit es explab</p><p>idisqui venti cusci nulpa volupis nullabor</p><p>restrum quat lat la volupti corectium facca-</p><p>tur apicium eaquod que quate volorunt que</p><p>nim conesenimus mo bea alibust ionsed</p><p>modia si qui dolup.$</p><p>Occabor ectiis</p><p>u t a l i b u s c i u n t e</p><p>Lorem Ipsum</p><p>Anturibus</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>74</p><p>3.4.4 coLunas de texto</p><p>Praticamente toda mancha de</p><p>texto implica em uma largura</p><p>de coluna. Mesmo em um texto</p><p>simples, existe uma largura</p><p>que é especificada pela medida</p><p>do comprimento das linhas de</p><p>texto. Podem ser diagramados</p><p>textos em uma ou mais colunas,</p><p>como acontece em livros (uma</p><p>coluna), em revistas (mais de</p><p>uma coluna), em jornais (duas</p><p>colunas, ou mais) etc.</p><p>figura 3.50</p><p>Esquema</p><p>(em amarelo)</p><p>das colunas</p><p>de páginas</p><p>diagramadas.</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>75</p><p>Existem algumas diretrizes e/ou normas de</p><p>diagramação quanto ao que pode ser conside-</p><p>rada uma largura de coluna de texto ideal para</p><p>textos longos. A primeira consiste em manter</p><p>uma largura que corresponda a um alfabeto e</p><p>meio aproximadamente, a outra consiste em</p><p>colocar entre 65 e 75 caracteres por linha. Por</p><p>fim, podemos também sugerir que se coloque</p><p>uma média de sete a dez palavras por linha</p><p>(figura 3.51).</p><p>Largura de coluna</p><p>abcdefghijklmnopqrstuvwxyzabcdefghijklmn</p><p>65 a 75 caracteres</p><p>7 a 10 palavras</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para uma</p><p>pequena passagem, não muito maior que um</p><p>buraco de rato: ela ajoelhou-se e avistou o mais</p><p>adorável jardim que jamais vira. Como ela</p><p>gostaria de sair daquela sala escura e passear</p><p>por entre aqueles canteiros de flores viçosas e</p><p>aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo</p><p>conseguiria fazer passar sua cabeça pela por-</p><p>ta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”,</p><p>pensou a pobre Alice. “teria pouca utilidade</p><p>sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para uma</p><p>pequena passagem, não muito maior que um</p><p>buraco de rato: ela ajoelhou-se e avistou o mais</p><p>adorável jardim que jamais vira. Como ela gostaria</p><p>de sair daquela sala escura e passear por entre</p><p>aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas</p><p>fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria</p><p>fazer passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que</p><p>a minha cabeça passasse”, pensou a pobre Alice.</p><p>“teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que</p><p>um buraco de rato: ela ajoelhou-se e avistou o mais adorável jardim que jamais vira.</p><p>Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por entre aqueles canteiros</p><p>de flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer</p><p>passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a</p><p>pobre Alice. “teria pouca utilidade sem meus ombros”.</p><p>figura 3.51</p><p>Possibilidades</p><p>de determinar a</p><p>largura de coluna.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>76</p><p>Evidentemente, essas indicações</p><p>são padrões iniciais de onde podem</p><p>surgir outras relações. Por exemplo,</p><p>poderíamos dizer que quanto menor</p><p>a letra, mais larga poderia ser a</p><p>coluna, sendo assim, caberiam mais</p><p>palavras por linha, e quanto maior a</p><p>letra, menor a coluna, ou seja, menos</p><p>palavras por linha.</p><p>Em colunas menores, com pou-</p><p>cas palavras, o melhor é alinhar à</p><p>esquerda, uma vez que o alinha-</p><p>mento justificado terá pouca chance</p><p>de ficar com harmonia de espaços</p><p>(figura 3.52).</p><p>A relação da largura de coluna e</p><p>entrelinha também é um fator impor-</p><p>tante. Quanto menor a coluna, menor</p><p>poderá ser a entrelinha e quanto</p><p>maior a coluna, será necessária uma</p><p>entrelinha mais aberta, para que o</p><p>olho consiga mudar de linha e seguir</p><p>a leitura sem se perder.</p><p>Colunas estreitas</p><p>Alinhada à esquerda Mal justificada</p><p>Não havia nada de</p><p>muito especial nisso,</p><p>também Alice não</p><p>achou muito fora</p><p>do normal ouvir o</p><p>Coelho dizer para si</p><p>mesmo “Oh puxa!</p><p>Oh puxa! Eu devo</p><p>estar muito atrasado!”</p><p>(quando ela pensou</p><p>nisso depois, ocorreu-</p><p>lhe que deveria ter</p><p>achado estranho,</p><p>mas na hora tudo</p><p>parecia muito</p><p>natural); mas, quando</p><p>o Coelho tirou um</p><p>relógio do bolso do</p><p>colete, e olhou para</p><p>ele, apressando-se a</p><p>seguir, Alice pôs-se</p><p>em pé e lhe passou</p><p>a idéia pela mente</p><p>como um relâmpago,</p><p>que ela nunca vira</p><p>antes um coelho com</p><p>um bolso no colete</p><p>e menos ainda com</p><p>um relógio para</p><p>tirar dele. Ardendo</p><p>de curiosidade, ela</p><p>correu pelo campo</p><p>atrás dele, a tempo</p><p>de vê-lo saltar para</p><p>dentro de uma</p><p>grande toca de coelho</p><p>embaixo da cerca.</p><p>No mesmo instante,</p><p>Alice entrou atrás dele,</p><p>sem pensar como</p><p>faria para sair dali.</p><p>Não havia nada de</p><p>muito especial nisso,</p><p>também Alice não</p><p>achou muito fora</p><p>do normal ouvir o</p><p>Coelho dizer para si</p><p>mesmo “Oh puxa!</p><p>Oh puxa! Eu devo</p><p>estar muito atrasado!”</p><p>(quando ela pensou</p><p>nisso depois, ocorreu-</p><p>lhe que deveria ter</p><p>achado estranho,</p><p>mas na hora tudo</p><p>parecia muito</p><p>natural); mas, quando</p><p>o Coelho tirou um</p><p>relógio do bolso do</p><p>colete, e olhou para</p><p>ele, apressando-se a</p><p>seguir, Alice pôs-se</p><p>em pé e lhe passou</p><p>a idéia pela mente</p><p>como um relâmpago,</p><p>que ela nunca vira</p><p>antes um coelho com</p><p>um bolso no colete</p><p>e menos ainda com</p><p>um relógio para</p><p>tirar dele. Ardendo</p><p>de curiosidade, ela</p><p>correu pelo campo</p><p>atrás dele, a tempo</p><p>de vê-lo saltar para</p><p>dentro de uma</p><p>grande toca de coelho</p><p>embaixo da cerca.</p><p>No mesmo instante,</p><p>Alice entrou atrás dele,</p><p>sem pensar como</p><p>faria para sair dali.</p><p>figura 3.52</p><p>Largura de coluna</p><p>estreita e sua relação</p><p>com o alinhamento</p><p>do texto.</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>77</p><p>3.4.5 itáLicos e negritos</p><p>Historicamente, o itálico foi utilizado para colocar mais texto sobre</p><p>uma determinada área da página. Criado originalmente por Fran-</p><p>cesco Griffo, sob encomenda de outro tipógrafo, Aldus Manutius,</p><p>que, a partir disso, introduziu as coleções de livros de bolso, mais</p><p>baratos e populares, uma vez que, ocupando menos espaço, utili-</p><p>zava-se menos papel, o que tornava o produto economicamente</p><p>viável para classes que até então não podiam adquirir livros.</p><p>O texto em itálico tende a conferir um certo aspecto ligado à</p><p>rapidez de leitura, possibilitando dar destaque a um determinado</p><p>trecho de texto ao mudar sua velocidade de leitura. É como se o</p><p>autor pudesse estar ao lado do leitor e dissesse: “presta atenção</p><p>nisso aqui que é importante!”. É um tipo de recurso mais tênue do</p><p>que o negrito, pois não modifica muito a mancha de texto. Além</p><p>disso, como recurso de indicação de palavra de língua estrangeira,</p><p>utiliza-se o itálico (figura 3.53).</p><p>As itálicas, estruturalmente, se aproximam mais da escrita cali-</p><p>gráfica. Emprestam característica de continuidade e de ligações mais</p><p>fluídas entre as letras. Bringhurst (2008) explica que as serifas do</p><p>formato itálico são mais transitivas: geram continuidade a partir</p><p>do início do trajeto da pena no papel até sua saída para buscar mais</p><p>tinta, tendendo a inclinar-se em um ângulo mais natural da escrita.</p><p>Itálico</p><p>Essa é a Garamond regular.</p><p>Essa é a Garamond em itálico.</p><p>O texto em itálico tende a conferir um certo aspecto</p><p>ligado à velocidade de leitura, possibilitando dar</p><p>destaque a um determinado trecho de texto ao mudar sua</p><p>velocidade de leitura.</p><p>Além disso, como recurso de indicação de palavra de</p><p>língua estrangeira, utiliza-se o itálico. Como em feedback,</p><p>workshop, artboard.</p><p>figura 3.53</p><p>Exemplo de</p><p>uso do itálico.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>78</p><p>figura 3.54</p><p>Exemplo de</p><p>uso do negrito.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Os tipos negritos ou (bold) têm uma série</p><p>de utilidades. Em geral, funcionam para des-</p><p>tacar elementos em um texto. Servem, ainda,</p><p>para dar pesos diferentes a títulos e para garan-</p><p>tir a legibilidade em textos impressos com</p><p>corpo pequeno, ou mesmo em textos claros</p><p>sobre fundo escuro (negativo).</p><p>Funcionarão enquanto forem usados sem</p><p>exagero, pois, do contrário, criarão tantas varia-</p><p>ções na mancha de texto que tendem mais a</p><p>confundir do que a alertar o leitor sobre algum</p><p>item específico. A regra básica é utilizá-los com</p><p>restrições e com objetivos bem definidos, senão,</p><p>ao misturar sua utilização, em pouco tempo</p><p>deixarão de ser destaque e se configurarão em</p><p>padrão, servindo apenas para poluir o desenho</p><p>da página (figura 3.54).</p><p>Negrito</p><p>Essa é a Bookman Old Style regular.</p><p>Essa é a Bookman Old Style em negrito.</p><p>Os tipos de negritos, ou (bold), têm uma série de</p><p>utilidades. Em geral funcionam para destacar ele-</p><p>mentos em um texto. Servem ainda para dar pesos</p><p>diferentes a títulos e para garantir a legibilidade</p><p>em textos impressos com corpo pequeno ou mes-</p><p>mo em texto claro sobre fundo escuro (negativo).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>79</p><p>Salientamos novamente que, se o itálico</p><p>e/ou o negrito forem utilizados o tempo todo,</p><p>chegará um momento em que esses recursos</p><p>não vão mais funcionar. Um dos princípios</p><p>mais importantes de comunicação, e que mui-</p><p>tas pessoas ignoram, é que só se comunica uma</p><p>coisa de cada vez. Portanto, é preciso hierar-</p><p>quizar a informação para que o leitor tenha</p><p>claro qual a ordem de leitura, o que deve ser</p><p>visto primeiro. Esse princípio de organização</p><p>é, também, um princípio de eficiência. Quando</p><p>tentamos dizer tudo de uma vez só, acabamos</p><p>por fazer com que tudo se confunda e nada</p><p>seja dito.</p><p>3.4.6 ritmo e interrupções</p><p>Planejar as interrupções na fluidez da leitura</p><p>de um material textual é muito importante em</p><p>textos médios e indispensável em textos longos.</p><p>Para preservar o ritmo de leitura de um texto</p><p>podemos fazer uso do princípio da repetição e</p><p>da simplicidade. Ao repetirmos os elementos do</p><p>design não apresentamos ao leitor informações</p><p>novas que mereçam sua atenção. É uma espécie</p><p>de redundância visual que faz com que todo foco</p><p>de atenção fique apontado para o conteúdo do</p><p>texto, levando a uma leitura mais longa, contínua</p><p>e produtiva.</p><p>Ao utilizarmos recursos visuais novos, tais</p><p>elementos serão necessariamente observados,</p><p>lidos e compreendidos, inviabilizando uma lei-</p><p>tura linear, fragmentando, dessa forma, a leitura.</p><p>Qualquer elemento novo inserido em uma leitura</p><p>fluída configura-se como uma interrupção. Basta</p><p>observar as diferenças na diagramação de um livro</p><p>e na de um jornal. O desenho da primeira página</p><p>do livro repetir-se-á até a última, salvo nos inícios</p><p>de capítulos. Isso confere ritmo e linearidade à</p><p>leitura, sendo o conteúdo do texto o objeto de</p><p>atenção. Em um jornal, as diversas chamadas de</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>80</p><p>matérias vão capturando a atenção do leitor</p><p>a cada momento. É justamente por isso que</p><p>os títulos são nomeados hoje de chamadas,</p><p>pois sua função, muito além de antecipar o</p><p>tema do texto é “prender” o leitor, atraí-lo</p><p>visualmente para seu conteúdo.</p><p>As interrupções não são, somente,</p><p>elementos que atrapalham o desenho da</p><p>página, mas também têm a importante</p><p>função de organizar a informação. Espaços</p><p>em branco entre os títulos e o texto, por</p><p>exemplo, indicam suas relações e orientam</p><p>o cérebro para o local de início da leitura e</p><p>para o final do texto. Para isso também ser-</p><p>vem capitulares, barras, cores, contraste de</p><p>tamanho, estilos de letras e uma infinidade</p><p>de outros recursos.</p><p>Nesse caso, podemos observar a relevân-</p><p>cia visual de trabalhar os espaços vazios de</p><p>forma a arejar e a harmonizar o desenho</p><p>da página e a convidar o leitor para a lei-</p><p>tura. Os textos didáticos são diferentes de</p><p>textos científicos quanto à natureza de sua</p><p>escrita, e também são diferentes de um livro</p><p>tradicional quanto à forma de apresenta-</p><p>ção de seu conteúdo. É importante perce-</p><p>ber que são necessárias pausas para que o</p><p>estudante possa “digerir” e compreender as</p><p>informações. Também podem ser usados</p><p>diferentes recursos visuais nas páginas, bus-</p><p>cando diversificar os meios de assimilação</p><p>do conhecimento e prender a atenção do</p><p>estudante.</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>1111111</p><p>figura 3.55</p><p>Diferentes</p><p>fluxos de leitura</p><p>maria teresa kurek</p><p>unidade4</p><p>O texto em ambientes digitais</p><p>A crescente disponibilidade de conteúdos digitais gerou</p><p>a formação de um novo leitor, com características muito</p><p>particulares e diferente daquele que realiza sua leitura em</p><p>materiais impressos. Essa mudança demanda igualmente</p><p>uma alteração na forma de redigir e de apresentar textos</p><p>para serem lidos em telas dos mais diferentes tipos de</p><p>dispositivos</p><p>portáteis de leitura..</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>O</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>e</p><p>m</p><p>a</p><p>m</p><p>bi</p><p>en</p><p>te</p><p>s</p><p>di</p><p>gi</p><p>ta</p><p>is</p><p>84</p><p>Embora os estudos sejam ainda recentes, dada a contempora-</p><p>neidade da linguagem desses dispositivos, já é possível determinar</p><p>alguns aspectos relevantes, que podem auxiliar no processo de</p><p>leitura e de assimilação de conteúdos em formato digital. Ellen</p><p>Lupton (2006) examina a questão da impaciência do leitor digital</p><p>em relação ao leitor de materiais impressos. Para a pesquisadora, ao</p><p>contrário do que o senso comum possa apontar, essa impaciência</p><p>não está ligada à imaterialidade do suporte e às dificuldades de</p><p>leitura que a tela branca possa apresentar em relação ao papel.</p><p>Estudos realizados em Interface Humano-Computador demons-</p><p>traram que um texto nítido sobre um fundo branco pode ser lido</p><p>com tanta eficiência na tela quanto na página impressa. Para Lupton</p><p>(2006) a impaciência do leitor digital está relacionada à cultura</p><p>e não à natureza da tela. Assim, afirma que os usuários de sites</p><p>da internet têm expectativas diferentes: querem produzir, e não</p><p>apenas contemplar.</p><p>Há algum tempo, o acesso à internet deixou de ser limitado</p><p>aos computadores. Os aparelhos celulares foram os precursores</p><p>e, atualmente, os smartphones podem acessar conteúdos digitais</p><p>figura 4.1</p><p>Diversos</p><p>interesses e</p><p>expectativas</p><p>do usuário.</p><p>maria teresa kurek</p><p>O</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>e</p><p>m</p><p>a</p><p>m</p><p>bi</p><p>en</p><p>te</p><p>s</p><p>di</p><p>gi</p><p>ta</p><p>is</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>85tão facilmente quando um notebook. Os tablets também</p><p>desempenham muito bem essa função. Porém, é necessário</p><p>adequar o texto apresentado em uma página visualizada na</p><p>tela para que possa também ser visto em um telefone celular.</p><p>Isso implica em mudanças nas empresas do setor de informa-</p><p>ção e nas formas de redação de texto.</p><p>Com o crescente avanço dos e-readers, smartphones e</p><p>tablets no mercado, podemos constatar que a comunicação</p><p>escrita tornou-se mais presente no ambiente da internet, em</p><p>que leitores distraídos resguardam seu tempo e dão mais valor</p><p>ao conteúdo do que à forma. No entanto, novas formas de</p><p>escrita têm surgido para serem utilizadas em outras mídias.</p><p>Os tablets, por exemplo, requerem que o texto seja redigido</p><p>de forma diferente do texto preparado para materiais impres-</p><p>sos, de modo que se possa dizer em poucas palavras aquilo</p><p>que deve ser dito ao leitor. Os próprios celulares, com telas</p><p>pequenas, de poucas polegadas, exigem que a informação seja</p><p>escrita da maneira mais sucinta possível.</p><p>figura 4.2</p><p>Variação da quantidade de</p><p>informação em diferentes</p><p>tamanhos de telas.</p><p>ana letícia oliveira do amaral</p><p>cássio fernandes lemos</p><p>genaro colusso</p><p>leandro felipe aguilar freitas</p><p>matheus tanuri pascotini</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>O</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>e</p><p>m</p><p>a</p><p>m</p><p>bi</p><p>en</p><p>te</p><p>s</p><p>di</p><p>gi</p><p>ta</p><p>is</p><p>86 Bringhurst (2008) comenta que a tela é um ambiente de lei-</p><p>tura ainda mais fugidio que o jornal, pois as orações intrincadas e</p><p>longas, cheias de palavras não familiares, têm poucas chances de</p><p>sobreviver, ou seja, de serem lidas e compreendidas pelo usuário.</p><p>Ainda segundo o autor:</p><p>Caracteres sobrescritos, subscritos, notas de rodapé, notas laterais,</p><p>todos desaparecem. Na luz agressiva e na resolução grosseira da</p><p>tela, esses acessórios textuais são difíceis de ver. Pior ainda: põem</p><p>a perder a indispensável ilusão de velocidade, de modo que são</p><p>substituídos por links e pelos saltos do hipertexto (bringhurst,</p><p>2008, p. 210).</p><p>figura 4.3</p><p>O texto impresso</p><p>e o texto digital.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Em pesquisa realizada nos Estados Unidos para se avaliar o com-</p><p>portamento dos leitores da Web, foram feitas constatações sobre</p><p>os hábitos de leitura frente às telas de computadores. O estudo,</p><p>efetuado pela empresa Eyetools, em associação com o Eslow Center</p><p>of Journalism & New Media, avaliou o nível de superficialidade de</p><p>leitura evidenciada pela atenção visual que cada parágrafo recebia</p><p>do leitor. Assim, foi constatado que parágrafos curtos recebem</p><p>mais atenção do leitor do que parágrafos longos, pois o formato</p><p>de parágrafos longos parece desestimular a observação (outing;</p><p>ruel, 2004, apud franco, 2009, p. 29).</p><p>Impresso x Digital</p><p>O</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>e</p><p>m</p><p>a</p><p>m</p><p>bi</p><p>en</p><p>te</p><p>s</p><p>di</p><p>gi</p><p>ta</p><p>is</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>87Ademais, o estudo destaca os elementos que atraem a</p><p>atenção do leitor em um primeiro momento. E, surpreen-</p><p>dentemente, em um ambiente virtual, o leitor sente-se mais</p><p>atraído pelo texto do que pelas imagens e pelos gráficos.</p><p>Apesar disso, notas e legendas são a primeira opção do leitor,</p><p>por serem constituídas de frases curtas e por fornecerem</p><p>uma prévia sobre o conteúdo do texto. Os títulos grandes</p><p>escritos em destaque funcionam melhor para impressos. Nas</p><p>versões digitais, podem ser utilizados com menor destaque</p><p>e devem ser breves, mas, principalmente, precisam conter o</p><p>máximo de informação sobre o texto que segue.</p><p>Outro fator interessante levantado pelos pesquisadores</p><p>é que o uso de tipografias menores motiva o que é chamado</p><p>de visão focalizada, ou seja, ler as palavras. As letras maiores</p><p>promovem o que é chamado de escaneamento, que é quando</p><p>o leitor apenas passa os olhos sobre o texto em busca de</p><p>palavras-chave, para ter uma noção geral sobre o conteúdo</p><p>do texto. Sendo assim, se você deseja que o leitor leia atenta-</p><p>mente tudo que está escrito, utilize corpos de letra menores,</p><p>mas ainda adequados à leitura.</p><p>Quanto à linguagem, a pesquisa em questão verificou</p><p>que ela deve ser objetiva, ou seja, os textos devem ser con-</p><p>cisos. Como observamos, os leitores das mídias digitais são</p><p>impacientes e não costumam se prender por um período</p><p>prolongado de tempo a textos longos e maçantes. Na redação</p><p>feita para internet, existe um modelo chamado de “pirâ-</p><p>mide invertida”, que propõe ao editor começar o texto com</p><p>a informação mais importante e depois prosseguir na ordem</p><p>decrescente de importância.</p><p>Outro fator decorrente do uso da internet é a utilização</p><p>da linguagem não linear. Nora Paul e Cristina Fiebich (2000,</p><p>apud franco, 2009, p. 20) definem a não linearidade como</p><p>“a possibilidade oferecida ao usuário de alterar a ordem em</p><p>que a matéria é contada”. O conteúdo não linear pode ser</p><p>acessado da maneira que o usuário desejar. É ele quem deter-</p><p>mina a ordem da narrativa, já que pode escolher começar em</p><p>mais de um lugar. Contudo, quando o texto não puder ser</p><p>redigido dessa maneira, é recomendável que seja dividido</p><p>em subtemas na mesma página.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>O</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>e</p><p>m</p><p>a</p><p>m</p><p>bi</p><p>en</p><p>te</p><p>s</p><p>di</p><p>gi</p><p>ta</p><p>is</p><p>88 Existem ainda diversos recursos sugeridos por pesquisadores para</p><p>serem utilizados na redação de textos para mídias digitais:</p><p>a) adote a voz passiva;</p><p>b) viole a ordem “lógica” de sujeito, verbo, objeto direto e indireto;</p><p>c) use os dois pontos de novas formas;</p><p>d) elimine artigos;</p><p>e) use siglas de números de forma diferente;</p><p>f) faça com que as duas primeiras palavras ou o primeiro terço do</p><p>título sejam portadoras de informação;</p><p>g) minimize a pontuação e racionalize o número de ideias que coloca</p><p>nas frases, reduzindo seu tamanho;</p><p>h) utilize numerais, pois eles detêm o caminho do olho e atraem</p><p>fixações;</p><p>i) evite o itálico, pois ele é ruim de ler em telas.</p><p>j) abuse de elementos para romper a uniformidade do texto: tipos</p><p>bold, intertítulos, numerações;</p><p>k) diferencie os blocos pela cor e utilize links: eles servem para fazer</p><p>ligações entre blocos de texto, e funcionam muito bem para que-</p><p>brar a uniformidade.</p><p>Dicas existem em abundância, mas cada texto deve ser tratado</p><p>com singularidade e trabalhado com atenção em cada detalhe. A tipo-</p><p>grafia tem vários recursos que permitem ao editor fazer de cada texto</p><p>um texto único. De qualquer forma, quando se trata da redação para</p><p>leitores impacientes, sejam eles usuários da Web, ou de</p><p>dispositivos</p><p>portáteis de leitura, o autor ou o editor deve primar pela simplicidade e</p><p>pela objetividade, fornecendo o máximo de informação com o mínimo</p><p>de palavras.</p><p>unidade5</p><p>Aspectos legais</p><p>Entrou em vigor no Brasil, no ano de 1998, a Lei 9610/98,</p><p>que regula os direitos autorais no território nacional. Essa lei</p><p>trata, basicamente, da imaterialidade, principal característica da</p><p>propriedade intelectual que pode ser observada em produções</p><p>artísticas, culturais, científicas etc. O direito autoral engloba</p><p>dois aspectos: o direito patrimonial e o direito moral.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>A</p><p>sp</p><p>ec</p><p>to</p><p>s</p><p>le</p><p>ga</p><p>is</p><p>90</p><p>Ao autor de uma obra pertencem tanto o</p><p>direito patrimonial quanto o direito moral,</p><p>sendo que o primeiro pode ser transferível,</p><p>mas o segundo não. O direito moral garante</p><p>ao autor a possibilidade de reivindicar a</p><p>autoria da obra, modificá-la, ou mesmo</p><p>impedir a sua circulação. O direito patrimo-</p><p>nial regula as relações jurídicas da utilização</p><p>econômica das obras intelectuais.</p><p>O direito patrimonial tem um limite</p><p>de 70 anos. Passado esse tempo, as obras</p><p>são consideradas de domínio público, ou</p><p>seja, estão livres para utilização de todo e</p><p>qualquer sujeito para os mais diversos fins.</p><p>Contudo, o direito moral ainda prossegue.</p><p>Por exemplo, um texto de Shakespeare sem-</p><p>pre será de sua autoria – a única questão</p><p>que se altera é que pode ser publicado sem</p><p>pagamento de direitos autorais. Um ponto</p><p>importante, nesse caso, é a tradução. Por</p><p>exemplo, se a mesma obra de Shakespeare</p><p>foi traduzida em um período menor do que</p><p>70 anos a partir da data atual, esse texto é</p><p>propriedade de quem realizou a tradução,</p><p>e não pode ser publicado/utilizado sem a</p><p>licença, ou sem o pagamento de direitos</p><p>autorais ao tradutor da obra.</p><p>O artigo 46 da referida lei, reproduzido</p><p>a seguir, apresenta o que não constitui</p><p>ofensa aos direitos autorais. Observe com</p><p>atenção o item d, subitem III:</p><p>Veja neste link a lei completa:</p><p>http:// www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/leis/L9610.htm</p><p>Neste link, você encontrará</p><p>um artigo explicativo de Plínio</p><p>Martins Filho, que apresenta e</p><p>esclarece a Lei 9610/98:</p><p>http://www.scielo.br/pdf/ci/</p><p>v27n2/martins.pdf</p><p>A</p><p>sp</p><p>ec</p><p>to</p><p>s</p><p>le</p><p>ga</p><p>is</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>91</p><p>Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:</p><p>I - a reprodução:</p><p>a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em</p><p>diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação</p><p>de onde foram transcritos;</p><p>b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer</p><p>natureza;</p><p>c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda,</p><p>quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição</p><p>da pessoa neles representada ou de seus herdeiros;</p><p>d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais,</p><p>sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille</p><p>ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;</p><p>II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista,</p><p>desde que feita por este, sem intuito de lucro;</p><p>III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de</p><p>passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida</p><p>justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;</p><p>IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se</p><p>dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa</p><p>de quem as ministrou;</p><p>V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão</p><p>de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demons-</p><p>tração à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou</p><p>equipamentos que permitam a sua utilização;</p><p>VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar</p><p>ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo</p><p>em qualquer caso intuito de lucro;</p><p>VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária</p><p>ou administrativa;</p><p>VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de</p><p>qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a</p><p>reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique</p><p>a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos</p><p>legítimos interesses dos autores (...)</p><p>(BRASIL. Lei 9.610, 1998, art. 46)</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>A</p><p>sp</p><p>ec</p><p>to</p><p>s</p><p>le</p><p>ga</p><p>is</p><p>92 Com base nessas informações, você pode observar</p><p>que a utilização da obra de outros autores para finalidade</p><p>de estudo, consideradas as questões legais, não fere os</p><p>direitos autorais. Na verdade, sempre será considerado</p><p>plágio copiar, mesmo que uma pequena parte de um texto,</p><p>e utilizá-lo sem a devida referência. Contudo, você pode</p><p>empregar as passagens de textos, citações e autores que</p><p>considerar necessário, desde que corretamente referen-</p><p>ciada a autoria dos mesmos.</p><p>É fulcral ressaltar que, por uma questão de bom senso,</p><p>não é recomendável desenvolver um material utilizando</p><p>todas as citações de um mesmo autor, pois, nesse caso,</p><p>dependendo da interpretação da lei, isso poderá ser</p><p>considerado como uma apropriação de ideias, caracteri-</p><p>zando-se como um caso de plágio.</p><p>Você pode, ainda, utilizar partes maiores de textos</p><p>de outros autores na elaboração de seus textos didáticos,</p><p>desde que obtenha uma licença de cessão de direitos auto-</p><p>rais. Assim, é importante que você tenha muita atenção</p><p>quanto às questões pertinentes aos direitos autorais, pois</p><p>isso vai trazer legitimidade ao seu trabalho e vai diminuir</p><p>a possibilidade de complicações legais futuras.</p><p>unidade6</p><p>Considerações finais</p><p>Ao desenvolvermos esse material instrucional, buscamos</p><p>reunir e apresentar informações que tratam da elaboração</p><p>e da apresentação de textos para o ensino em geral, com</p><p>maior ênfase na EaD. Optamos por construir os conteúdos de</p><p>forma a percorrer um caminho natural de desenvolvimento.</p><p>Primeiramente, o professor necessita elaborar o texto, depois</p><p>conhecer as formas como pode tratar esse texto visualmente</p><p>e, por fim, considerar o universo das mídias digitais como um</p><p>suporte de informações que está se solidificando mais a cada dia.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>C</p><p>on</p><p>si</p><p>de</p><p>ra</p><p>çõ</p><p>es</p><p>f</p><p>in</p><p>ai</p><p>s</p><p>94 Os itens aqui apresentados foram todos tratados como uma</p><p>introdução aos assuntos específicos. Cada um dos itens possui ampla</p><p>bibliografia que pode contribuir para um entendimento mais aprofun-</p><p>dado dos aspectos debatidos em nosso material instrucional. Muitas</p><p>pesquisas foram e estão sendo realizadas, objetivando compreender</p><p>as melhores maneiras de elaborar textos para o ensino, com enfoques</p><p>diferenciados, tratando, por exemplo, da lógica de organização, da</p><p>natureza do texto didático e da obtenção de melhores resultados em</p><p>termos de aprendizagem.</p><p>O campo da tipografia, em meios impressos ou digitais, encontra-se</p><p>em grande expansão, haja vista o crescente número de pesquisas e</p><p>de obras sobre a questão. Partindo do básico até o nível avançado de</p><p>desenho e de preparação de fontes tipográficas para diferentes suportes,</p><p>impressos e digitais, considerando a caligrafia, a legibilidade, o com-</p><p>portamento do leitor, as adequações a diferentes produtos, como livros,</p><p>jornais e revistas, a tipografia é um vasto universo em desenvolvimento</p><p>e que ainda precisa ser desbravado.</p><p>Como atestamos nesse material, consideramos essencial equilibrar</p><p>a importância dada ao conteúdo do texto com o seu tratamento</p><p>visual,</p><p>pois um texto excelente e interessante pode ser seriamente prejudicado</p><p>caso seja apresentado de forma precária e inadequada. No ensino EaD,</p><p>isso torna-se ainda mais imperativo, pois o livro-texto, muitas vezes,</p><p>toma o lugar do professor no diálogo com os estudantes.</p><p>Fazendo uma analogia, podemos afirmar que, caso o livro esteja</p><p>muito bem escrito, porém apresentado primariamente, será como um</p><p>conteúdo muito bom sendo transmitido por um péssimo orador, com</p><p>muitos ruídos de comunicação, fazendo com que a assimilação seja</p><p>muito prejudicada. Ao contrário, por exemplo, podemos ter um exce-</p><p>lente orador que não diz nada produtivo, ou seja, que no final de sua</p><p>apresentação existe somente a sensação de vazio. Ambos os casos são</p><p>prejudiciais para a aprendizagem, por isso acreditamos que o equilíbrio</p><p>e o cuidado com ambas as dimensões do texto sejam fundamentais para</p><p>o sucesso de assimilação de determinado conhecimento.</p><p>Ressaltamos que, para realizar um tratamento adequado, tanto</p><p>na elaboração quanto na apresentação de textos, é recomendado que,</p><p>caso você esteja alocado em uma instituição, procure as equipes mul-</p><p>tidisciplinares dela para auxiliá-lo. Muitas equipes multidisciplinares</p><p>possuem entre seus membros revisores, pedagogos, designers edu-</p><p>cacionais, ilustradores, designers gráficos, entre outros, que poderão</p><p>contribuir para profissionalizar seu texto didático.</p><p>Esperamos que esse material ajude na construção de seus textos</p><p>e que ele possa ser apreciado de um ponto de vista mais amplo, o da</p><p>comunicação e não apenas o do conteúdo, otimizando a leitura e a</p><p>assimilação do conhecimento transmitido.</p><p>Referências bibliográficas</p><p>brasil. Lei 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza</p><p>e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras</p><p>providências. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2016.</p><p>bringhurst, Robert. Elementos do estilo tipográfico.</p><p>3. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008.</p><p>franco, Guillermo. Como escrever para web:</p><p>elementos para a discussão e construção de manuais online.</p><p>Tradução de Marcelo Soares. Knight Foundation, 2009.</p><p>haslam, Andrew. O livro e designer II:</p><p>como criar e produzir livros. São Paulo: Rosari, 2006.</p><p>lupton, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers,</p><p>escritores, editores e estudantes. São Paulo: Cosac Naify, 2006.</p><p>martins filho, Plínio. Direitos autorais na Internet. Ciência</p><p>da Informação. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2, p. 183-188, mai./</p><p>ago. 1998. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2013.</p><p>experiência acumulada na realização de capacitações e de validação</p><p>de materiais para outras instituições. Nesse sentido, grande parte</p><p>das informações aqui contidas também é proveniente da experi-</p><p>ência dos seus membros em diferentes áreas do conhecimento e</p><p>da participação deles como professores ou gestores de cursos a</p><p>distância, assim como na participação em outras equipes multi-</p><p>disciplinares.</p><p>Esperamos que você aproveite esse caderno e que possa utilizá-lo</p><p>como um auxílio na preparação de seus materiais didáticos.</p><p>Sumário</p><p>Apresentação · 3</p><p>1 Introdução · 9</p><p>2 Texto para ead · 11</p><p>2.1 Linguagem do texto didático · 13</p><p>2.2 Organização do texto · 18</p><p>2.3 Redação · 203 Tratamento visual dos textos · 23</p><p>3.1 Conceitos · 25</p><p>3.2 Classificação · 35</p><p>3.3 Conforto de Leitura · 52</p><p>3.4 Comportamento do texto · 564 O texto em ambientes digitais · 83</p><p>5 Aspectos legais · 89</p><p>6 Considerações finais · 93</p><p>Referências bibliográficas · 95</p><p>unidade1</p><p>Introdução</p><p>Desenvolver textos para o Ensino a Distância (EaD) é uma tarefa que</p><p>solicita do professor autor alguns conhecimentos e habilidades diferentes</p><p>daqueles empregados na elaboração de textos científicos, devido às par-</p><p>ticularidades do aluno e do próprio ensino a distância. Entre essas carac-</p><p>terísticas, uma das mais importantes é a dialogicidade. Essa distingue-se</p><p>pela função de promover o encontro da reflexão com a ação, requisitos</p><p>essenciais no ensino profissionalizante e para os quais devem ser focados</p><p>todos os materiais produzidos com finalidades educacionais.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>In</p><p>tr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>10 O material didático textual é um dos</p><p>recursos pedagógicos mais importantes</p><p>para a construção efetiva das experiências</p><p>cognitivas no ensino a distância. Com uma</p><p>linguagem simples e dialógica, focada na</p><p>interação e na objetividade, promovendo</p><p>reflexão e apresentando de uma forma clara</p><p>os conteúdos e as informações, o material</p><p>didático pode favorecer, significativamente,</p><p>os processos de aprendizagem para os quais</p><p>se destina, tornando-se um elemento de</p><p>incentivo e de motivação na trajetória que o</p><p>aluno irá percorrer durante a sua formação.</p><p>O conteúdo aqui apresentado tem como</p><p>principal finalidade orientar, tanto o profes-</p><p>sor que trabalha com o ensino a distância</p><p>quanto aquele que produz materiais para</p><p>suas aulas presenciais, na tarefa de cons-</p><p>trução e redação do seu material didático.</p><p>Essa produção de materiais abarca todos</p><p>os textos auxiliares que o professor produz</p><p>para a disciplina, bem como conglomera</p><p>a produção de materiais específicos que</p><p>demandam um maior tempo de elaboração,</p><p>como, por exemplo, os materiais didáticos</p><p>textuais.</p><p>Você encontrará, nesse caderno instru-</p><p>cional, algumas orientações básicas que irão</p><p>auxiliar na construção da redação do seu</p><p>texto didático. Não pretendemos, com essas</p><p>indicações, limitar a tarefa de desenvolvi-</p><p>mento de seus próprios materiais. Ao contrá-</p><p>rio, é importante que você empregue toda a</p><p>sua criatividade na elaboração dos conteúdos,</p><p>possibilitando que o estudante vivencie uma</p><p>real experiência de aprendizagem.</p><p>Em alguns casos, os materiais didático-</p><p>-pedagógicos desenvolvidos por professo-</p><p>res poderão fazer parte de um repositório</p><p>nacional de conteúdos, como é o caso dos</p><p>cadernos didáticos dos professores da Rede</p><p>e-Tec, ou seja, esses materiais poderão ser</p><p>editados para preencher as necessidades de</p><p>outros cursos, em diferentes instituições e</p><p>localidades brasileiras, bastando, para isso,</p><p>que os conteúdos e os cursos tenham uma</p><p>determinada similaridade. Nesse caso, cada</p><p>um dos sujeitos envolvidos na preparação e</p><p>na validação desses materiais possuem suas</p><p>responsabilidades definidas. Isso é essen-</p><p>cial para que o processo siga seu fluxo de</p><p>forma eficiente, sem incorrer em sobrecarga,</p><p>ou em duplicidade de tarefas. O resultado</p><p>desse trabalho só será satisfatório se hou-</p><p>ver o envolvimento do professor autor em</p><p>perfeita sintonia com toda sua equipe mul-</p><p>tidisciplinar.</p><p>Para facilitar a compreensão das infor-</p><p>mações apresentadas, esse caderno está</p><p>estruturado em capítulos, cujas temáticas</p><p>aparecem de acordo com as necessidades</p><p>verificadas na construção de textos didáti-</p><p>cos. O primeiro capítulo trata das questões</p><p>gerais da redação de textos para EaD. O</p><p>segundo aborda o tratamento visual dos</p><p>textos, objetivando o conforto de leitura e</p><p>a facilidade de comunicação, passando pelo</p><p>estudo de legibilidade, pelas características</p><p>técnicas das fontes, entre outros itens. No</p><p>capítulo seguinte, debatemos o comporta-</p><p>mento do texto em ambientes digitais, bus-</p><p>cando uma relação com a atenção e com o</p><p>processo de leitura em mídias digitais. Por</p><p>fim, o último capítulo discorre sobre a legis-</p><p>lação de direitos autorais e a sua implicação</p><p>na redação de textos para EaD.</p><p>unidade2</p><p>Texto para ead</p><p>A redação de um texto para EaD apresenta características muito</p><p>diferenciadas em relação à composição de um texto científico.</p><p>Essas características são determinadas, fundamentalmente,</p><p>pelas diferenças no e do processo de ensino-aprendizagem do</p><p>contexto para o qual o material se destina. Enquanto o texto</p><p>científico dirige-se a uma comunidade científica, a pesquisadores</p><p>e estudiosos de determinado tema, o livro-texto dirige-se ao</p><p>estudante, ao aluno iniciante, àquele que está começando a</p><p>sua formação, àquele que está sendo apresentado a novos</p><p>conhecimentos, àquele que está pesquisando pela primeira vez</p><p>determinados assuntos. Dessa forma, o estudante precisa ser</p><p>motivado pelo conteúdo do texto; ele precisa sentir empatia pelo</p><p>texto. Em outras palavras, é necessário que o texto seja amigo e</p><p>orientador do estudante, na medida em que, no contexto de EaD,</p><p>os textos são o primeiro contato daqueles com o conhecimento.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>12</p><p>figura 2.1</p><p>Situação</p><p>inadequada</p><p>de estudo.</p><p>maria teresa kurek</p><p>É difícil prever as diferentes circunstâncias nas quais o estudante</p><p>irá realizar suas leituras. Talvez elas aconteçam em um ambiente</p><p>ideal de estudo, assim como, talvez elas se deem em condições ina-</p><p>dequadas de iluminação, ou mesmo em um ambiente tumultuado,</p><p>com ruídos e barulhos, ou seja, em um ambiente que não possibilita</p><p>certa concentração cognitiva apropriada (figura 2.1). Considerando</p><p>essas diferentes situações, o texto precisa ser pensado e construído</p><p>de forma a auxiliar o estudante a manter sua atenção e interesse</p><p>nos conteúdos que lhe são apresentados. Para isso, você deverá</p><p>considerar determinados aspectos na construção do seu texto como,</p><p>por exemplo, linguagem coerente, adequação ao perfil do público</p><p>leitor, organização do texto, utilização de exemplos, entre outras</p><p>propriedades.</p><p>Apesar de não existirem regras, ou métodos que possam ser</p><p>aplicados a todos os modelos de textos didáticos, apresentaremos</p><p>a seguir algumas informações que poderão ajudá-lo, de forma com-</p><p>plementar nesse processo construtivo.</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>13</p><p>2.1 Linguagem do texto didático</p><p>Uma das principais questões que você deve considerar no momento</p><p>da redação do seu texto é a escolha da linguagem. A linguagem de</p><p>um texto didático deve ser diferente, por exemplo, da linguagem</p><p>de um referencial teórico. O referencial teórico caracteriza-se por</p><p>ser uma revisão de literatura com características de texto científico,</p><p>no qual o autor precisa manter a impessoalidade e preocupar-se</p><p>com o rigor técnico. O texto didático, por sua vez, possui uma</p><p>linguagem própria, pois é dialógica, conversa com o leitor de forma</p><p>mais direta, flui com ritmo e com naturalidade e busca uma pro-</p><p>ximidade com o aluno.</p><p>Isso não impede que você faça uma revisão de literatura científica</p><p>e que use citações no seu texto didático. Sempre que achar necessá-</p><p>rio, você deve utilizá-las, pois elas reforçam suas ideias e, também,</p><p>referenciam autores que são importantes em determinadas</p><p>áreas</p><p>do conhecimento. As citações permitem que você utilize partes de</p><p>textos de outros autores, expondo teorias diferentes para serem</p><p>estudadas, além de enriquecerem seu texto com novos conceitos;</p><p>mas, lembre-se, você precisa referenciar adequadamente todas as</p><p>citações utilizadas para não infringir nenhuma lei de direitos autorais.</p><p>O livro-texto que você vai elaborar poderá ser a principal refe-</p><p>rência teórica que o aluno irá dispor para realizar seus estudos.</p><p>Desse modo, esse texto deve fornecer ao estudante os elementos</p><p>necessários ao seu desenvolvimento e as informações fundamentais</p><p>para a aprendizagem dos conteúdos. Nesse sentido, nem todas as</p><p>informações devem estar contidas no livro-texto. O livro-texto deve</p><p>ser planejado para adequar-se à carga horária que a disciplina exige.</p><p>Se, de um lado, um livro-texto muito extenso torna-se cansativo</p><p>e pode ser prolixo, por outro lado, um muito sintético pode pecar</p><p>pela falta de alguma informação essencial. O bom senso deve guiar</p><p>o professor na escolha e na seleção dos conteúdos mais relevantes.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>14</p><p>Aqui você pode ver de como os links para outros</p><p>materiais se apresentam. Os desenhos ligados</p><p>às palavras mostram a ligação que pode haver</p><p>entre o texto e os materiais de apoio.</p><p>“O livro-texto que você vai elaborar poderá ser a</p><p>principal referência teórica que o aluno irá</p><p>dispor para realizar seus estudos. Desse modo,</p><p>esse texto deve fornecer ao estudante os ele-</p><p>mentos necessários ao seu desenvolvimento e</p><p>as informações fundamentais para a aprendiza-</p><p>gem dos conteúdos. Nesse sentido, observe que</p><p>não são todas as informações que o livro-texto</p><p>deve conter. Ele deve ser planejado para ade-</p><p>quar-se a carga horária que a disciplina exige. Se</p><p>de um lado, um livro-texto muito extenso se</p><p>torna cansativo e pode ser prolixo, por outro</p><p>lado, um muito sintético pode pecar pela falta de</p><p>alguma informação essencial. O bom senso deve</p><p>guiar o professor na escolha e seleção dos con-</p><p>teúdos mais relevantes.</p><p>Os conteúdos extras e complementares que</p><p>você julgar importante e necessário apresentar a</p><p>seus alunos podem, muitas vezes, ser indicados</p><p>por links, vídeos ou livros que os estudantes</p><p>devem buscar para complementar seu conheci-</p><p>mento. Isso faz com que o livro-texto estimule</p><p>um aprendizado mais diversi�cado, composto</p><p>por diferentes fontes e recursos didáticos”.</p><p>Aqui você pode ver de como os links para outros</p><p>materiais se apresentam. Os desenhos ligados</p><p>às palavras mostram a ligação que pode haver</p><p>entre o texto e os materiais de apoio.</p><p>“O livro-texto que você vai elaborar poderá ser a</p><p>principal referência teórica que o aluno irá</p><p>dispor para realizar seus estudos. Desse modo,</p><p>esse texto deve fornecer ao estudante os ele-</p><p>mentos necessários ao seu desenvolvimento e</p><p>as informações fundamentais para a aprendiza-</p><p>gem dos conteúdos. Nesse sentido, observe que</p><p>não são todas as informações que o livro-texto</p><p>deve conter. Ele deve ser planejado para ade-</p><p>quar-se a carga horária que a disciplina exige. Se</p><p>de um lado, um livro-texto muito extenso se</p><p>torna cansativo e pode ser prolixo, por outro</p><p>lado, um muito sintético pode pecar pela falta de</p><p>alguma informação essencial. O bom senso deve</p><p>guiar o professor na escolha e seleção dos con-</p><p>teúdos mais relevantes.</p><p>Os conteúdos extras e complementares que</p><p>você julgar importante e necessário apresentar a</p><p>seus alunos podem, muitas vezes, ser indicados</p><p>por links, vídeos ou livros que os estudantes</p><p>devem buscar para complementar seu conheci-</p><p>mento. Isso faz com que o livro-texto estimule</p><p>um aprendizado mais diversi�cado, composto</p><p>por diferentes fontes e recursos didáticos”.</p><p>figura 2.2</p><p>Relações e links</p><p>do texto didático.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Os conteúdos extras e complementares que você julgar</p><p>importantes e necessários ao aprendizado dos seus alunos</p><p>podem, muitas vezes, ser indicados por links, vídeos, ou</p><p>livros que os estudantes devem acessar para acrescer seus</p><p>conhecimentos. Isso faz com que o livro-texto estimule</p><p>um aprendizado mais diversificado, composto por diferen-</p><p>tes fontes e por distintos recursos didáticos (figura 2.2).</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>15</p><p>figura 2.3</p><p>Texto dialogando</p><p>com o leitor.</p><p>maria teresa kurek</p><p>Pense da seguinte maneira: no ensino pre-</p><p>sencial você utiliza textos de apoio de outros</p><p>autores, tais como livros, artigos, citações etc.</p><p>Mas você também elabora textos complemen-</p><p>tares, explica a relação entre eles, conversa com</p><p>seus alunos e esclarece, por meio de exemplos</p><p>contextualizados, o que não ficou muito claro</p><p>para os estudantes sobre determinados conte-</p><p>údos. Como no ensino a distância o professor</p><p>não está presente para efetuar essas tarefas,</p><p>elas devem ser executadas pelo material dis-</p><p>ponibilizado ao aluno. Essa é a função que o</p><p>seu livro-texto vai desempenhar junto aos</p><p>estudantes.</p><p>O uso de uma linguagem direta e objetiva,</p><p>simples e acessível, comunicativa, expressiva</p><p>e dialogal é fundamental para que o texto</p><p>didático alcance sua finalidade e cumpra com</p><p>seus objetivos. Evite, se possível, utilizar a voz</p><p>passiva, e dê ênfase às suas afirmações. Assim,</p><p>o texto pode ser redigido em frases mais curtas</p><p>e bem pontuadas, permitindo uma leitura agra-</p><p>dável, sem que o aluno disperse sua atenção,</p><p>perdendo-se numa frase longa, ou confusa.</p><p>Você deve ter em mente que a leitura do</p><p>material precisa fluir como uma conversa natural</p><p>entre professor e aluno, porém extremamente</p><p>didática. Desse modo, o conteúdo do livro-texto</p><p>deve dialogar com o estudante através da utili-</p><p>zação de uma linguagem mais direta, próxima</p><p>à de sala de aula. Uma dica é imaginar que você</p><p>está conversando com uma turma de estudantes</p><p>enquanto escreve seu texto. Utilize, por exemplo,</p><p>expressões, como: “você pode...”, “você poderá</p><p>encontrar...”, “busque...”, “analise...” etc.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>16 No entanto, é importante destacar que essa conversa, ou esse diá-</p><p>logo que será proporcionado pelo texto, também precisa estabelecer</p><p>laços de confiança entre as duas partes, transmitindo credibilidade</p><p>ao estudante ao mesmo tempo em que demonstra toda a seriedade</p><p>do processo de ensino-aprendizagem. Em vista disso, piadas e outras</p><p>atitudes linguísticas dessa natureza devem ser evitadas na redação</p><p>do texto didático. A linguagem deve estar adequada à exposição de</p><p>conhecimentos técnicos e científicos a que o estudo se propõe. Ela</p><p>não precisa ser vulgar para ser dialógica, não precisa ser erudita para</p><p>ser sóbria. O equilíbrio é a meta desejável em um texto didático, já</p><p>a simplicidade e a objetividade são as diretrizes principais.</p><p>Outro fator de grande relevância para a elaboração de um texto</p><p>didático é o público a que se destina o material produzido. É acon-</p><p>selhável que você pesquise e que você conheça a realidade cultural</p><p>e social dos estudantes para os quais você escreve, bem como que</p><p>você verifique e analise o nível de conhecimento que eles já possuem.</p><p>figura 2.4</p><p>Diferentes</p><p>contextos culturais.</p><p>maria teresa kurek</p><p>No ensino presencial, conseguimos perceber com mais facilidade</p><p>se os alunos estão compreendendo a explicação que fornecemos.</p><p>No ensino a distância, essa percepção se torna limitada e, nesse</p><p>caso, é o texto que deve ser construído de forma a suprir as lacunas</p><p>de aprendizagem encontradas pelos alunos. Daí a necessidade de</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>17conhecer o contexto (de vida e de trajetória escolar, sobretudo)</p><p>desses educandos para redigir um texto adequado às suas rea-</p><p>lidades socioculturais.</p><p>Outro caminho que pode ser amplamente empregado na</p><p>redação do texto didático é o recurso da hipertextualidade. Em</p><p>contexto educacional, podemos afirmar que hipertextualidade</p><p>é uma forma de</p><p>trabalhar os conceitos pedagógicos contempo-</p><p>râneos de um modo não linear, ampliando as possibilidades de</p><p>aprendizagem do aluno, uma vez que se utiliza da diversidade e</p><p>da multiplicidade de trajetórias, informações e conteúdos para</p><p>produzir raciocínios.</p><p>A hipertextualidade pode ser utilizada para fazer ligações,</p><p>tanto entre os diferentes assuntos internos do livro-texto</p><p>quanto para ligar o livro-texto a outros recursos didáticos,</p><p>como, por exemplo, vídeos, objetos de aprendizagem e outros</p><p>textos. Quando escrevemos um texto que utiliza a estratégia</p><p>de hipertextualização, fazemos com que o estudante retorne e</p><p>avance consecutivas vezes no assunto abordado, assimilando</p><p>de forma mais efetiva as informações ali contidas. Assim, o</p><p>estudante pode percorrer caminhos diferentes durante a sua</p><p>leitura, tornando seu estudo mais dinâmico e atrativo.</p><p>figura 2.5</p><p>Hipertextualidade</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>18</p><p>2.2 organização do texto</p><p>O texto didático, quando organizado de forma clara, posi-</p><p>cionando adequadamente as citações, raciocínios e demais</p><p>informações, contribui significativamente para um melhor</p><p>entendimento e um eficaz aprendizado dos estudantes.</p><p>Organizar as informações coletadas, o conhecimento,</p><p>as teorias, os conceitos e os raciocínios próprios, em uma</p><p>estrutura lógica coerente e didática é, sem dúvida alguma,</p><p>uma tarefa desafiadora.</p><p>Sua experiência na escrita de trabalhos científicos irá</p><p>auxiliá-lo nessa tarefa. Mas, assim como a linguagem do</p><p>texto didático é diferente da linguagem do texto científico,</p><p>da mesma forma, também na organização do texto didático</p><p>pode ser necessário considerar algumas características ou</p><p>necessidades particulares, de acordo com o caso e com os</p><p>objetivos em questão.</p><p>Uma das técnicas que podem auxiliar na etapa de orga-</p><p>nização do seu texto consiste em distribuir os conteúdos,</p><p>ou organizá-los em uma estrutura conceitual (figura 2.6).</p><p>Podemos assegurar que essa estrutura conceitual nada mais</p><p>é do que a realização de um “desenho do sumário”, que per-</p><p>mite colocar todos os conteúdos sob a forma de uma tabela,</p><p>os quais serão organizados por assunto em uma sequência</p><p>lógica de entendimento para o estudante. É importante que</p><p>você visualize todo o seu material antes de escrevê-lo, pois</p><p>isso permite observar a quantidade de texto necessária para</p><p>cada assunto, além de verificar a ênfase a ser direcionada</p><p>para o todo. Assim, você também poderá conferir se há</p><p>necessidade de uma pesquisa bibliográfica mais aprofun-</p><p>dada em determinado conteúdo, em qual usará mais os seus</p><p>próprios conceitos e em qual serão incluídas as teorias de</p><p>outros autores. Outrossim, esse olhar de todo o material,</p><p>antes de escrevê-lo, possibilita determinar quais momentos</p><p>são mais indicados para a realização de uma atividade e, em</p><p>suma, permite ao professor ter a visão do todo e de suas</p><p>partes relacionadas.</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>19</p><p>ESTRUTURA CONCEITUAL</p><p>Caderno de Texto</p><p>1. Introdução</p><p>2. Textos para EAD</p><p>2.1 Linguagem do texto didático</p><p>2.2 Organização do texto</p><p>2.3 Redação</p><p>3. Tratamento</p><p>visual dos textos</p><p>3.1 Conceitos</p><p>3.2 Classificação</p><p>3.2.1 Góticas</p><p>3.2.2 Serifadas</p><p>3.2.3 Sem Serifas</p><p>3.2.4 Manuscritas</p><p>3.2.5 Decorativas</p><p>3.2.6 Pixel</p><p>3.3 Conforto de leitura</p><p>3.3.1 Legibilidade</p><p>3.3.2 Leiturabilidade</p><p>3.3.3 Visibilidade</p><p>3.4 Comportamento do texto</p><p>3.4.1 Mancha do Texto</p><p>3.4.2 Fontes para uso em Texto e Título</p><p>3.4.3 Espaços em branco</p><p>3.4.4 Colunas de texto</p><p>3.4.5 Itálicos e negritos</p><p>3.4.6 Ritmo e interrupções</p><p>4. O texto em</p><p>ambientes digitais</p><p>5. Direitos autorais</p><p>6. Considerações finais</p><p>7. Referências bibliográficas</p><p>ESTRUTURA CONCEITUAL</p><p>Caderno de Texto</p><p>1. Introdução</p><p>2. Textos para EAD 2.1 Linguagem do texto didático</p><p>2.2 Organização do texto</p><p>2.3 Redação</p><p>3. Tratamento</p><p>visual dos textos</p><p>3.1 Conceitos</p><p>3.2 Classificação</p><p>3.2.1 Góticas</p><p>3.2.2 Serifadas</p><p>3.2.3 Sem Serifas</p><p>3.2.4 Manuscritas</p><p>3.2.5 Decorativas</p><p>3.2.6 Pixel</p><p>3.3 Conforto de leitura 3.3.1 Legibilidade</p><p>3.3.2 Leiturabilidade</p><p>3.3.3 Visibilidade</p><p>3.4 Comportamento do texto 3.4.1 Mancha do Texto</p><p>3.4.2 Fontes para uso em Texto e Título</p><p>3.4.3 Espaços em branco</p><p>3.4.4 Colunas de texto</p><p>3.4.5 Itálicos e negritos</p><p>3.4.6 Ritmo e interrupções</p><p>4. O texto em</p><p>ambientes digitais</p><p>5. Direitos autorais</p><p>6. Considerações finais</p><p>7. Referências bibliográficas</p><p>figura 2.6</p><p>Representação gráfica</p><p>da estrutura conceitual</p><p>deste texto.</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>20</p><p>2.3 redação</p><p>A redação de um texto didático deve ser construída de</p><p>forma a proporcionar ao aluno um ritmo agradável de</p><p>leitura. Desse modo, é importante considerar que o</p><p>texto não pode se constituir apenas por um conjunto</p><p>de citações encadeadas, isto é, sequencializadas. Ele</p><p>deve ser planejado e idealizado para ser atrativo e</p><p>coerente e para ter um ritmo que não permita que a</p><p>leitura se torne repetitiva e cansativa.</p><p>Com as facilidades geradas pelo acesso à internet</p><p>e com as possibilidades oferecidas pelas ferramentas</p><p>de edição, é fácil observar que muitos textos, infeliz-</p><p>mente, são compostos apenas de citações copiadas</p><p>e coladas no corpo do texto. Dessa prática resultam</p><p>textos fragmentados, sem qualidade didática e que</p><p>são, rapidamente, identificados como cópias por olhos</p><p>mais atentos e experientes. Um texto didático não</p><p>pode ser elaborado como uma “colcha de retalhos” de</p><p>citações. É possível e muito válido utilizar as afirma-</p><p>ções de outros autores, mas sempre construindo um</p><p>entendimento próprio, apresentando uma sequência</p><p>de raciocínio adequada e um conhecimento sólido. Da</p><p>mesma forma, as citações utilizadas no texto didático</p><p>também devem ser escolhidas de modo a gerar um</p><p>ritmo de leitura coerente.</p><p>Além disso, durante a construção do texto, tam-</p><p>bém é importante que você alterne as formas de uso</p><p>das citações. Você pode utilizar citações diretas no</p><p>corpo do texto ou pode escrevê-las em blocos sepa-</p><p>rados, assim como pode usar citações indiretas, inte-</p><p>gradas ao próprio texto.</p><p>Evite utilizar apenas citações em bloco, ou seja,</p><p>inclua as afirmações dos autores pesquisados no</p><p>discurso do seu texto. A situação é semelhante ao</p><p>contexto de uma sala de aula, no qual o professor</p><p>apresenta aos seus alunos o raciocínio de um deter-</p><p>minado autor, mas faz isso com suas próprias palavras,</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>21</p><p>expondo também suas ideias e conclusões a respeito</p><p>dessa teoria. Isso torna o texto mais informal, dia-</p><p>logal e interativo, pois as informações vão sendo</p><p>inseridas de forma integrada e não fragmentadas e</p><p>separadas em blocos.</p><p>É necessário que você dedique especial atenção</p><p>às frases que ligam as citações de autores pesqui-</p><p>sados ao seu texto, elaborando as introduções e as</p><p>conclusões, de modo a debater as ideias que o autor</p><p>está expondo por meio dessas citações. Você poderá</p><p>discutir esses conceitos, levantar questões, expor, ou</p><p>debater novas opiniões.</p><p>Para contribuir com o entendimento do texto, se</p><p>for necessário, você pode utilizar até mesmo certa</p><p>redundância de informações. Esse recurso evita que o</p><p>texto deixe margens para dúvidas. Novamente, essa</p><p>situação é semelhante a uma explicação realizada em</p><p>sala de aula, na qual é necessário apresentar a mesma</p><p>informação várias vezes e de maneiras diferentes</p><p>para que todos os alunos assimilem. A redundância</p><p>de informação serve para enfatizar determinado</p><p>conhecimento, ou para facilitar o seu entendimento.</p><p>Você também poderá apresentar exemplos prá-</p><p>ticos e questões para reflexão, relativos ao assunto</p><p>estudado. Os exemplos práticos auxiliam a compre-</p><p>ensão do aluno e fazem com que o conhecimento seja</p><p>visualizado de uma forma mais clara e objetiva. Em</p><p>determinadas situações, é interessante que</p><p>o pro-</p><p>fessor permita a flexibilidade de algumas questões,</p><p>deixando-as em aberto, para que os estudantes exer-</p><p>citem sua autonomia e reflexão e possam chegar às</p><p>suas próprias conclusões. Se houver algum assunto</p><p>polêmico e sem uma resposta exata, por exemplo, o</p><p>texto pode fazer com que os estudantes adquiram</p><p>seu próprio posicionamento e adotem a abordagem</p><p>que considerem mais adequada.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>Te</p><p>xt</p><p>o</p><p>pa</p><p>ra</p><p>e</p><p>ad</p><p>22</p><p>EVITAR:</p><p>A seguir, você poderá observar uma síntese com alguns itens</p><p>que devem ser evitados na redação de um texto didático:</p><p>• Colcha de retalhos – citações em sequência sem uma</p><p>ligação lógica, ou sem desenvolvimento de raciocínios.</p><p>• Regionalismos – alguns termos são específicos de uma</p><p>determinada região e podem não ser compreendidos por</p><p>estudantes de uma localização geográfica diferente.</p><p>• Linguagem extremamente erudita – a linguagem muito</p><p>erudita pode dificultar o entendimento por parte dos estu-</p><p>dantes. A linguagem não precisa ser coloquial, ela deve ser</p><p>culta, mas simples.</p><p>• Conceitos e termos técnicos que necessitem de conhe-</p><p>cimento prévio – nesse caso, é sempre necessário apre-</p><p>sentar o significado do termo utilizado.</p><p>• Textos muito longos e sem pausas – a leitura do material</p><p>didático se diferencia de um romance, por exemplo, no</p><p>qual o autor não utiliza separações no texto, pois conta</p><p>uma história. O material didático necessita de pausas para</p><p>reflexão, para que o aluno possa assimilar o que foi lido.</p><p>Pense em um estilo de redação de uma revista; observe</p><p>que uma reportagem possui vários subtítulos, imagens,</p><p>legendas e outros recursos; isso é feito com o objetivo de</p><p>diversificar, complementar e tornar a leitura mais dinâmica.</p><p>unidade3</p><p>Tratamento visual dos textos</p><p>A preocupação com os aspectos estético-formais e com o</p><p>detalhamento da diagramação é uma tarefa básica da atividade</p><p>do design gráfico, mas que requer, da parte desse profissional,</p><p>alguns conhecimentos específicos e certa experiência para</p><p>realizar um projeto gráfico bem sucedido. Com o surgimento</p><p>dos computadores pessoais e com sua ampla utilização em todas</p><p>as atividades cotidianas, entre elas a redação, composição e</p><p>distribuição de textos, tornou-se comum a execução dessas tarefas</p><p>por outros profissionais de áreas não-relacionadas ao design.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>24 Na área da educação, a produção de textos e a sua formatação</p><p>é amplamente difundida, sendo comum a praticamente todos os</p><p>professores, sejam eles da modalidade presencial ou a distância.</p><p>Nesse caso, a preocupação com o tratamento dos textos é um</p><p>fator determinante para uma melhor compreensão do conteúdo</p><p>e da informação que está sendo apresentada.</p><p>Dessa forma, vamos abordar algumas questões básicas que</p><p>poderão lhe auxiliar na diagramação de seus textos, explanando</p><p>alguns aspectos introdutórios, uma vez que o conhecimento</p><p>amplo do tratamento de textos necessita de maior tempo de</p><p>aprendizado, haja vista que atenta para conhecimentos apro-</p><p>fundados da história, da técnica, dos elementos formais e cons-</p><p>trutivos da tipografia.</p><p>As recentes descobertas das tecnologias corporais huma-</p><p>nas de percepção da realidade, realizadas a partir dos avanços</p><p>da neurociência, indicam a importância do desenvolvimento</p><p>equilibrado das faculdades da razão e da emoção, dos aspectos</p><p>de conceituação e de denominação, dos aspectos estéticos, das</p><p>habilidades matemáticas e das espaciais. Assim, observamos</p><p>que a composição visual dos materiais, pode servir como um</p><p>importante instrumento, auxiliando, significativamente, a</p><p>aprendizagem do conteúdo desejado.</p><p>Se a apresentação visual de um texto não estiver em conso-</p><p>nância com o conteúdo que pretende ser expresso, pode provocar</p><p>uma confusão mental e uma disputa na produção dos sentidos.</p><p>Pois, de um lado, a lógica levará o leitor a um entendimento, ao</p><p>mesmo tempo em que a percepção o induzirá à compreensão de</p><p>coisas adversas. A essa diferença produzida na interpretação da</p><p>mensagem é que se deve estar atento para que um material possa</p><p>ser compreendido e interiorizado sem maiores dificuldades.</p><p>Os estudos no campo do Design Gráfico, já há algum tempo,</p><p>têm contribuído para a estruturação de formas ideais de apre-</p><p>sentação dos conteúdos; porém, é preciso ressaltar que tais</p><p>teorias e técnicas não devem ser entendidas como manuais de</p><p>aplicação, em que se especifica o que é certo ou errado. Antes</p><p>disso, configuram-se como um conjunto de estratégias que</p><p>produzem certos efeitos, os quais irão causar determinadas</p><p>sensações nos sujeitos no momento da leitura do conteúdo.</p><p>A forma, a estrutura e a utilização das letras, unidades meno-</p><p>res formadoras das palavras e dos textos, ou seja, a tipografia,</p><p>são alguns dos principais elementos que precisam ser compre-</p><p>endidos para a criação intencional de efeito visual na leitura</p><p>de textos.</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>25</p><p>figura 3.1</p><p>Alguns glifos que compõe</p><p>uma fonte tipográfica.</p><p>leandro felipe aguilar freitas</p><p>As letras não são boas ou más por si só, não são belas ou</p><p>ilegíveis enquanto elementos isolados. É do seu uso, das relações</p><p>com o conteúdo do texto e com os outros elementos gráficos</p><p>materializados na página impressa que o seu valor aparece. Uma</p><p>mesma família tipográfica pode gerar layouts geniais ou medí-</p><p>ocres, fáceis de ler ou obscuros e enfadonhos, pois a tipografia</p><p>é um recurso de linguagem visual que depende de uma certa</p><p>combinação intencional.</p><p>Para um aprofundamento</p><p>maior sobre os termos,</p><p>podem ser consultados</p><p>os livros listados nas</p><p>referências bibliográficas.</p><p>Todos os livros listados são</p><p>considerados básicos para</p><p>o campo do Design Gráfico,</p><p>porém desenvolvem mais</p><p>detalhadamente o conteúdo</p><p>aqui apresentado.</p><p>3.1. conceitos</p><p>Antes de iniciarmos a abordagem da técnica de tratamento de</p><p>textos, é importante discutirmos alguns conceitos relacionados</p><p>a ela, para um melhor entendimento dos assuntos posteriores.</p><p>Nesse sentido, realizaremos um apanhado dos conceitos mais</p><p>relevantes, apresentando uma síntese básica de seus significados.</p><p>• Fonte tipográfica (font)</p><p>É o conjunto de sinais alfabéticos e para-alfabéticos utilizados</p><p>para a composição de textos. Possuem características seme-</p><p>lhantes de estrutura e de forma. Fonte, antigamente, era deno-</p><p>minada a caixa de tipos em metal, nome que permanece hoje</p><p>na tipografia digital. Este conceito possui uma relação mais</p><p>direta com o software de uma fonte específica. Muitas vezes, esse</p><p>termo se confunde com o conceito de tipo, que corresponde ao</p><p>desenho (forma) dos glifos que compõem a fonte (figura 3.1).</p><p>26</p><p>Light</p><p>Bold</p><p>Light Three</p><p>Bold Three</p><p>Light Shadow</p><p>Bold Shadow</p><p>• Família Tipográfi ca (type family)</p><p>Consiste no conjunto de fontes tipográfi cas, pla-</p><p>nejadas e desenhadas com algumas características</p><p>semelhantes, mantendo a harmonia no desenho</p><p>dos glifos (fi gura 3.2a). Uma família também pode</p><p>ser composta por fontes que possuam funciona-</p><p>lidades de aplicação específi cas, permitindo que</p><p>sejam utilizadas em conjunto, buscando soluções</p><p>diferenciadas (figura 3.2b). As variações mais</p><p>comuns correspondem à inclinação, ao peso e à</p><p>largura dos caracteres.</p><p>figura 3.2</p><p>Famílias tipográfi cas</p><p>organizadas por variação</p><p>de peso (a) e por</p><p>diferentes desenhos (b).</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Extra Light + Extra Light italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>Light + Light Italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>Regular + Regular Italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>Semi Bold + Semi Bold Italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>Bold + Bold Italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>Black + Black Italic</p><p>Source Sans Pro – Source Sans Pro</p><p>a</p><p>b</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>27</p><p>figura 3.3</p><p>Exemplos de alfabetos.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>• Tipografia (typography)</p><p>Antigamente, denominava um método de impressão que consis-</p><p>tia em pressionar peças de chumbo com os grafismos dos glifos</p><p>entintados sobre o papel. Atualmente, corresponde ao estudo e ao</p><p>desenvolvimento de materiais gráficos com base no tratamento de</p><p>textos. Quando falamos, por exemplo, “a tipografia deste cartaz”,</p><p>não estamos falando apenas da fonte, mas sim do conjunto da</p><p>fonte e da maneira pela qual ela foi utilizada, como, por exemplo,</p><p>dimensão, alinhamentos, composição, espaços, contrastes etc.</p><p>• Alfabeto (alphabet)</p><p>Possui relação com o conjunto de sinais empregados para repre-</p><p>sentar um idioma, como, por exemplo, alfabeto latino, alfabeto</p><p>grego, alfabeto cirílico, alfabeto árabe etc. Podem ser utilizados</p><p>em mais de um idioma, como acontece com o alfabeto latino que é</p><p>empregado para o português, o inglês, o francês, o espanhol, entre</p><p>outros (figura 3.3).</p><p>Alfabeto Latino</p><p>Alfabeto Cirílico</p><p>Alfabeto Grego</p><p>Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn</p><p>Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz ...</p><p>Аа Бб Вв Гг Дд Ее Жж Зз Ии Йй Кк Лл Мм</p><p>Нн Оо Пп Рр Сс Тт Уу Фф Хх Цц Чч Шш</p><p>Щщ Ъъ Ыы Ьь Ээ Юю Яя ...</p><p>Αα Ββ Γγ Δδ Εε Ζζ Ηη Θθ Ιι Κκ Λλ Μμ Νν</p><p>Ξξ Οο Ππ Ρρ Σσς Ττ Υυ Φφ Χχ Ψψ Ωω</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>28</p><p>• Caixa (case):</p><p>O termo caixa teve origem histórica nos tipos em metal, quando</p><p>determinados glifos ficavam na caixa superior (alta) e outros na</p><p>inferior (baixa). Atualmente, o termo caixa-alta (uppercase), tam-</p><p>bém chamado de capital ou versal, é utilizado para descrever os</p><p>caracteres conhecidos normalmente como maiúsculos. Por sua</p><p>vez, o termo caixa-baixa (lowercase) é utilizado para descrever as</p><p>minúsculas. Ainda existem fontes que possuem uma caixa única</p><p>(unicase), nas quais não existe diferença formal entre as maiúsculas</p><p>e as minúsculas (figura 3.4).</p><p>figura 3.4</p><p>Variações de caixa.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Filosofia – caixa-alta</p><p>Filosofia – caixa-baixa</p><p>Filosofia – caixa-única</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>29</p><p>• Versaletes (smallcaps):</p><p>Por fim, outro termo importante diz respeito aos versaletes</p><p>(smallcaps), que são caracteres maiúsculos desenhados com altura</p><p>próxima aos minúsculos, sendo usados, frequentemente, para ame-</p><p>nizar o tamanho exagerado das maiúsculas no meio da mancha de</p><p>texto, principalmente em siglas e em autores de citações. Quanto a</p><p>esse aspecto, é necessário certo cuidado, pois o computador possui</p><p>a opção de gerar os versaletes automaticamente e, muitas vezes,</p><p>faz isso de uma maneira improvisada, gerando versaletes falsos,</p><p>que não são compatíveis com as espessuras das hastes dos glifos</p><p>restantes (figura 3.5).</p><p>figura 3.5</p><p>Versaletes falsos</p><p>e verdadeiros.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>Versalete falso (Myriad)</p><p>Versalete</p><p>Versalete</p><p>Versalete verdadeiro (Kepler)</p><p>Era uma vEz uma jovEm aldEã, a mais bonita</p><p>que fosse dado ver, a sua mãe era louca</p><p>por ela e a avó mais ainda. Esta boa mulher</p><p>mandou fazer-lhe um capucho vermelho,</p><p>que lhe ficava tão bem que em todo lado</p><p>lhe chamavam Capuchinho Vermelho.</p><p>Era uma vez uma jovem aldeã, a mais bonita</p><p>que fosse dado ver, a sua mãe era louca por ela</p><p>e a avó mais ainda. Esta boa mulher mandou</p><p>fazer-lhe um capucho vermelho, que lhe ficava</p><p>tão bem que em todo lado lhe chamavam</p><p>Capuchinho Vermelho.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>30</p><p>• Algarismos (figures):</p><p>Os algarismos correspondem aos glifos que representam os núme-</p><p>ros nas fontes tipográficas (figura 3.6). Normalmente, uma fonte</p><p>tipográfica profissional contém diversos conjuntos de algarismos</p><p>para usos distintos, dos quais os principais são obtidos dos cruza-</p><p>mentos entre os de título, ou alinhados (lining figures), os de texto</p><p>(oldstyle figures), os tabulares (tabular figures) e os proporcionais</p><p>(proporcional figures).</p><p>Alinhados tabulares (Kepler)</p><p>0123456789</p><p>alinhados tabulares</p><p>alinhados proporcionais</p><p>estilo antigo tabulares</p><p>estilo antigo proporcionais</p><p>0123456789</p><p>0123456789</p><p>0123456789</p><p>0123456789</p><p>Alinhados proporcionais (Kepler)</p><p>0123456789</p><p>Estilo antigo tabulares (Kepler)</p><p>0123456789</p><p>Estilo antigo proporcionais (Kepler)</p><p>0123456789</p><p>figura 3.6</p><p>Diferentes tipos</p><p>de algarismos</p><p>em uma mesma</p><p>fonte tipográfica.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>31</p><p>Os algarismos de título e os de texto têm seu uso indicado de</p><p>acordo com a opção de adequação ao estilo de diagramação utili-</p><p>zada, sendo que os algarismos de texto permitem, assim como os</p><p>versaletes, uma melhor integração com os textos em caixa-baixa</p><p>(figura 3.7).</p><p>Os algarismos tabulares são planejados para quando se necessita</p><p>de alinhamento vertical entre os números, como, por exemplo, uma</p><p>tabela. Os proporcionais, como possuem larguras diferentes, são</p><p>mais indicados para textos corridos, como, por exemplo, frases e</p><p>parágrafos.</p><p>figura 3.7</p><p>Uso de algarismos</p><p>em textos.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>Exemplo de uso correto</p><p>Exemplo de uso incorreto</p><p>Kepler</p><p>Alinhados proporcionais (título)</p><p>Estilo antigo proporcionais (texto)</p><p>Kepler</p><p>Alinhados tabulares (título e texto)</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>Vou tentar ver se ainda sei tudo que sabia.</p><p>Deixe-me ver 4 vezes 5 são 12 e 4 vezes 6</p><p>são 13 e 4 vezes 7 são... nossa! Eu nunca vou</p><p>chegar a vinte desse jeito! Entretanto a ta-</p><p>buada não quer dizer nada: vamos tentar</p><p>Geografia. Londres é a capital de Paris, Pa-</p><p>ris é a capital de Roma, e Roma é... não, não,</p><p>está tudo errado.</p><p>capítulo 1</p><p>Vou tentar ver se ainda sei tudo que sabia.</p><p>Deixe-me ver 4 vezes 5 são 12 e 4 vezes 6</p><p>são 13 e 4 vezes 7 são... nossa! Eu nunca</p><p>vou chegar a vinte desse jeito! Entretanto</p><p>a tabuada não quer dizer nada: vamos ten-</p><p>tar Geografia. Londres é a capital de Paris,</p><p>Paris é a capital de Roma, e Roma é... não,</p><p>não, está tudo errado.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>32 • Sistemas de medidas:</p><p>As fontes tipográficas são frequentemente medidas em pontos, e o</p><p>tamanho resultante desses pontos indica o corpo da fonte. Como</p><p>exemplo, temos as fontes corpo 10, 12, 16 etc. Essa medida cor-</p><p>responde, na maioria dos casos, ao tamanho geral médio dos glifos,</p><p>contudo, dois tipos com a mesma medida em pontos podem ter</p><p>tamanhos reais diferentes (figura 3.8).</p><p>Uma das medidas mais importantes, considerando que o padrão</p><p>de leitura do alfabeto latino é em caixa-baixa, é a identificação da</p><p>altura-de-x, que representa, mais efetivamente, o tamanho do corpo</p><p>da letra (figura 3.9). Como não existe um meio fácil de fazer essa</p><p>medição, é aconselhável sempre fazer testes de leitura para verificar</p><p>e para adequar o tamanho das letras.</p><p>figura 3.8</p><p>Sistemas de medidas</p><p>e suas relações entre</p><p>corpo e tamanho.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Open Sans 48 ptAdobe Garamond 48 pt</p><p>Mesma altura-de-x</p><p>Corpos diferentes</p><p>Open Sans 30 pt Adobe Garamond 39 pt</p><p>absdefabcdef figura 3.9</p><p>Diferentes corpos</p><p>para obtenção da</p><p>mesma altura-de-x.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Open Sans 24 pt</p><p>Adobe Garamond 24 pt</p><p>Corpo ≠ Tamanho</p><p>Corpo ≠ Tamanho</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p>33• Espessura das hastes:</p><p>Representa a intensidade de preto com que os glifos</p><p>de uma determinada fonte foram desenhados. Por</p><p>exemplo, em uma família tipográfica tradicional de</p><p>tamanho médio, teremos glifos que vão do light ao</p><p>black. A espessura das hastes também é chamada</p><p>de peso. É importante notar que o peso mais indi-</p><p>cado para uma leitura extensa é identificado, na</p><p>maioria dos casos, como</p><p>book, ou regular, sendo</p><p>chamado de “peso de livro”, no qual as relações</p><p>entre brancos e pretos dos glifos são estudadas</p><p>para otimizar o processo de leitura (figura .).</p><p>Open Sans Light</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>Open Sans Regular</p><p>Open Sans Semibold</p><p>Open Sans Bold</p><p>Open Sans Extrabold</p><p>Univers Thin Ultra Condensed</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>AaBbCcDdEe</p><p>Univers Light Ultra Condensed</p><p>Univers Condensed</p><p>Univers Roman</p><p>Univers Extended</p><p>• Largura dos glifos:</p><p>Corresponde à proporção horizontal dos glifos,</p><p>podendo variar desde os mais estreitos até os</p><p>mais expandidos. Novamente, a proporção mais</p><p>indicada para textos longos é a regular, ou normal,</p><p>na qual reconhecemos facilmente os padrões tra-</p><p>dicionais de leitura (figura .).</p><p> .</p><p>Diferentes variações</p><p>de largura dos glifos</p><p>gerando diferentes</p><p>proporções.</p><p> </p><p> </p><p> .</p><p>Diferentes variações</p><p>de espessura das</p><p>hastes gerando</p><p>diferentes pesos.</p><p> </p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>34 • Postura dos glifos</p><p>As fontes tipográficas podem ser desenhadas con-</p><p>siderando sua postura, que varia, tradicionalmente,</p><p>entre romanos (ou redondos) e itálicos. A diferença</p><p>básica, à primeira vista, é a inclinação dos glifos,</p><p>que pode ser percebida facilmente. Contudo, a</p><p>diferença principal entre romano e itálico está na</p><p>estrutura dos caracteres, na sua fluidez, tanto que</p><p>podem existir romanas oblíquas e itálicas verticais</p><p>(figura 3.12).</p><p>Veja nos exemplos as seguir as diferenças:</p><p>figura 3.12</p><p>Diferenças entre</p><p>romanas e itálicas.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>Helvetica – romana</p><p>AaBbCcDdEeFf</p><p>Open Sans – romana</p><p>AaBbCcDdEeFf</p><p>Bree Serif – itálica vertical</p><p>AaBbCcDdEeFf</p><p>Open Sans – itálica</p><p>AaBbCcDdEeFf</p><p>Helvetica – romana oblíqua</p><p>AaBbCcDdEeFf</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>Ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>353.2 cLassificação</p><p>A classifi cação tipográfi ca é um campo de estudos amplo e requer</p><p>um minucioso aprofundamento sobre seus diferentes aspectos. As</p><p>classifi cações podem ter origem em uma abordagem histórica, em</p><p>uma abordagem de utilização, em uma abordagem formal etc. Para</p><p>os objetivos desse estudo, será utilizada e discutida uma proposta</p><p>de classifi cação mais simplifi cada, como uma introdução às carac-</p><p>terísticas e às particularidades da tipografi a.</p><p>Assim, conforme a fi gura 3.13, dividiremos o universo da tipo-</p><p>grafi a ocidental nas seguintes categorias:</p><p>figura 3.13</p><p>Classifi cação tipográfi ca.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Gótica</p><p>Serifada</p><p>Sem Serifa</p><p>Manuscrita</p><p>Decorativa</p><p>Pixel</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>36</p><p>3.2.1 góticas</p><p>A escrita gótica foi pioneira na adaptação para uti-</p><p>lização em tipos móveis. Muito usada em textos na</p><p>Europa e, principalmente, na Alemanha, no período</p><p>da Idade Média. Esses tipos apresentam diversas</p><p>variações. Possuem alto contraste entre as hastes, com</p><p>ênfase em quebras e em diagonais. São fortemente</p><p>baseadas na caligrafia (figura 3.14).</p><p>figura 3.14</p><p>Góticas.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Serifadas – Estilo Antigo</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>37</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes de pouco uso em textos longos.</p><p>› São utilizadas para títulos, como, por exemplo,</p><p>aplicações em marcas de produtos, CDs etc.,</p><p>quando se necessita uma abordagem clássica, ou</p><p>mesmo agressiva.</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Geram uma mancha de texto escura devido ao peso</p><p>dos glifos e, salvo exceções, de difícil legibilidade</p><p>para leitores ocidentais.</p><p>› Produzem um efeito de tradição, detalhe e força.</p><p>figura 3.15</p><p>Góticas em uso.</p><p>yellow/hande ünver</p><p>behance.net/gallery/11638017/Yellow</p><p>tipos latinos 2012. santa fe/daniela riveros</p><p>behance.net/gallery/5259209/Tipos-Latinos-2012-Santa-Fe</p><p>etiquetas de cerveza/solange saavedra</p><p>behance.net/gallery/40942813/Etiquetas-de-Cerveza-(Caligrafia-gotica)</p><p>Aplicações</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>38</p><p>3.2.2 serifadas</p><p>Serifas são traços que aparecem no início ou no final</p><p>da haste de uma letra. Os tipos serifados derivam</p><p>das capitulares romanas e unciais, utilizadas pelos</p><p>monges copistas. Por essa categoria ser estabelecida</p><p>como o padrão de leitura em textos longos há vários</p><p>séculos, podem melhorar a leitura dos caracteres,</p><p>pois as serifas auxiliam na condução dos olhos</p><p>durante a leitura. Aqui, os tipos serifados são apre-</p><p>sentados em seis categorias diferentes, conforme as</p><p>características do período em que foram produzidos.</p><p>Essa categoria específica, para fins de melhor</p><p>compreensão, foi dividida em subcategorias. São elas:</p><p>• Estilo Antigo</p><p>Categoria frequentemente utilizada na diagramação</p><p>de revistas e de livros. Na abordagem proposta por</p><p>nós, o estilo antigo compreende desde as fontes</p><p>baseadas na caligrafia humanista (as primeiras a</p><p>serem desenvolvidas) até as fontes nas quais o dese-</p><p>nho começou a definir os seus principais detalhes,</p><p>dando mais liberdade conceitual ao tipógrafo de</p><p>antigamente. Possui um contraste moderado entre</p><p>os traços (figura 3.16).</p><p>figura 3.16</p><p>Serifadas – estilo antigo.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>Serifadas – Estilo Antigo</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>39</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes tradicionalmente indicadas para uso</p><p>em textos longos.</p><p>› A sua utilização em corpos pequenos, abaixo</p><p>de 8 pontos, deve ser feita com muito cuidado,</p><p>pois alguns detalhes podem sumir (desaparecer</p><p>da página).</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› As serifas auxiliam na definição do desenho</p><p>da letra, indicando a transição de uma letra à</p><p>outra e facilitando na compreensão da palavra</p><p>desenhada.</p><p>› A suave transição grosso-fino gera uma mancha</p><p>de texto, nem muito leve, nem muito pesada,</p><p>sendo ideal para grandes volumes.</p><p>Aplicações</p><p>figura 3.17</p><p>Serifadas – estilo antigo – em uso.</p><p>siggi’s raspberry/siggi’s dairy</p><p>siggisdairy.com/product/raspberry-filmjolk</p><p>the great writer series/brian liu</p><p>behance.net/gallery/41165799/The-Great-Writer-Series</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>40</p><p>figura 3.18</p><p>Serifadas –</p><p>estilo moderno.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>• Estilo Moderno</p><p>Categoria utilizada com menor ênfase na diagra-</p><p>mação de revistas e de livros. O estilo moderno</p><p>compreende as fontes desenhadas com con-</p><p>traste muito acentuado entre seus traços, por</p><p>isso são utilizadas mais comumente para títulos</p><p>(figura 3.18).</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes tradicionalmente indicadas para</p><p>uso em textos longos, contudo, deve ser</p><p>utilizada com bastante parcimônia, pois o</p><p>seu contraste acentuado pode prejudicar a</p><p>leitura.</p><p>› A sua utilização em corpos pequenos, salvo</p><p>alguns casos, deve ser evitada por questões</p><p>de legibilidade.</p><p>Serifadas – Estilo Moderno</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>41</p><p>figura 3.19</p><p>Serifadas – estilo moderno – em uso.</p><p>new york oct 4, 2010/new york magazine</p><p>nymag.com/nymag/toc/20101004</p><p>harper’s bazaar sep, 2015/harper’s bazaar magazine</p><p>settingforfour.com/pantone-announces-two-colors-of-the-year-2016/</p><p>jitzu family – font/anthony james</p><p>behance.net/gallery/36471403/Jitzu-Family-Font</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› As serifas e o contraste bem marcados formam</p><p>uma trama bem delineada, o que pode oca-</p><p>sionar alguns problemas de leitura devido à</p><p>semelhança de todos os traços.</p><p>› A acentuada transição</p><p>grosso-fino gera uma</p><p>mancha de texto normalmente mais pesada</p><p>que a do estilo antigo.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>42</p><p>• Serifas Quadradas</p><p>Categoria que surgiu durante a Revolução Indus-</p><p>trial. É frequentemente utilizada para projetos</p><p>de revistas e para títulos em geral (figura 3.20).</p><p>figura 3.20</p><p>Serifadas –</p><p>serifa quadrada.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Serifadas – Estilo Moderno</p><p>43</p><p>figura 3.21</p><p>Serifadas – serifa quadrada – em uso.</p><p>the departed/warner bros. pictures</p><p>hative.com/cool-typographic-posters-for-movies</p><p>cartazes tipograficos musicais/eduardo franco</p><p>criatives.com.br/2013/06/cartazes-tipograficos-musicais/cartazes-musicais-9</p><p>this is water/david foster wallace</p><p>manic.com.sg/water</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes tradicionalmente indicadas para uso em textos</p><p>curtos, pois a falta de contraste entre os traços faz com que o</p><p>texto se torne um pouco pesado.</p><p>› Possui bastante resistência a reduções de tamanho devido ao</p><p>contraste reduzido e às serifas espessas.</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Conotam força e resistência.</p><p>› Podem ser utilizadas quando for necessário legibilidade em</p><p>corpos pequenos, devido à facilidade de reconhecimento dos</p><p>caracteres.</p><p>› O contraste pequeno, ou mesmo nulo, gera uma mancha de</p><p>texto pesada e densa.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>Ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>44</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› Pode ser utilizada para textos médios, além de</p><p>livros que possuem leitura fragmentada, ou seja,</p><p>que possuem interrupções como fotos, gráfi cos,</p><p>ilustrações em intervalos pequenos e regulares.</p><p>› Normalmente possuem grande resistência à</p><p>reduções.</p><p>› Ideal para trabalhar contrastes de pesos, pois, em</p><p>geral, as fontes dessa categoria fazem parte de</p><p>famílias grandes com muitas variações de peso.</p><p>Sem Serifas</p><p>figura 3.22</p><p>Sem serifas.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>3.2.3 sem serifas</p><p>As fontes sem serifas possuem um desenho mais limpo, com traços</p><p>normalmente mais simples. Seu contraste é baixo ou praticamente</p><p>nulo, com bastante uniformidade no desenho. Embora nem todas</p><p>as fontes sem serifas possam ser recomendadas para textos longos,</p><p>atualmente existem bons exemplos que permitem um excelente</p><p>resultado (fi gura 3.22).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>45</p><p>figura 3.23</p><p>Sem serifas em uso.</p><p>french/bohyun kim; jaeeunn kim; haeun jeong</p><p>behance.net/gallery/38590251/Glacon-(Cosmetics-Packaging)</p><p>wayfinding westerdals/marius holtmon, mette landsem;</p><p>madeleine skjelland eriksen</p><p>behance.net/gallery/Wayfinding-Westerdals/5800047</p><p>doisy & dam packaging/shut up studio</p><p>behance.net/gallery/30270829/Doisy-Dam-Packaging-(new-range-development)</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Os blocos de texto terão variação de peso</p><p>conforme a fonte utilizada.</p><p>› Essas fontes traduzem bem os conceitos de</p><p>tecnologia.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>Ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>46</p><p>Decorativas</p><p>figura 3.24</p><p>Manuscritas.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>3.2.4 manuscritas</p><p>As fontes manuscritas apresentam grande</p><p>variedade de estilos e de abordagens, mas</p><p>possuem uma forte referência na simulação da</p><p>escrita manual. A grande diversidade resultante</p><p>é derivada da multiplicidade de ferramentas de</p><p>escrita existentes, bem como de estilos utilizados</p><p>(fi gura 3.24).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>47</p><p>figura 3.25</p><p>Manuscritas em uso.</p><p>berry good açaí/brain&bros dz.</p><p>behance.net/gallery/29519123/BERRY-GOOD-ACAI</p><p>la petite joie/elena malkova</p><p>behance.net/gallery/43211173/La-Petite-Joie</p><p>church & state wines – signature series/jackson alves</p><p>behance.net/gallery/42671499/Church-State-Wines-Signature-Series</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes de pouco uso em textos longos.</p><p>› São empregadas em títulos e possuem</p><p>pouquíssima legibilidade em caixa-alta.</p><p>› Quando mal utilizadas, o resultado cos-</p><p>tuma ser desastroso.</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Transmitem diferentes conceitos de</p><p>acordo com a proposta da fonte, desde o</p><p>clássico até o extrovertido/divertido.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>Ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>48</p><p>figura 3.26</p><p>Decorativas.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>3.2.5 decoratiVas</p><p>São fontes que possuem características visuais</p><p>acerca de uma dada temática conceitual. Seu uso</p><p>deve ser pensado como uma ilustração, e não ape-</p><p>nas como veículo de linguagem textual (fi gura 3.26).</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São utilizadas quase que exclusivamente para títulos.</p><p>› São tipos difíceis de combinar, por isso o uso mode-</p><p>rado é a principal recomendação.</p><p>› É importante procurar não utilizar mais que uma</p><p>fonte decorativa no mesmo trabalho.</p><p>Decorativas</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>49</p><p>figura 3.27</p><p>Decorativas em uso.</p><p>charming/anastasia dimitriadi</p><p>behance.net/gallery/28483675/Charming</p><p>net magazine/future plc.</p><p>creativebloq.com/netmag/net-money-issue-out-now-51620410</p><p>bolyar ornate pro/the fontmaker; the labelmaker; jordan jelev;</p><p>vassil kateliev</p><p>behance.net/gallery/43083663/Bolyar-Ornate-Pro-font-family-by-the-Fontmaker</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Pode ser obtida uma grande adequação con-</p><p>ceitual com o conteúdo do texto composto.</p><p>› Transmitem diferentes conceitos de acordo</p><p>com a proposta da fonte.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>Ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>50</p><p>Pixel</p><p>figura 3.28</p><p>Fontes pixel.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>3.2.6 pixeL</p><p>As fontes pixeladas foram criadas, originalmente,</p><p>para serem lidas em telas de computador. Con-</p><p>tudo, não demorou muito para que ganhassem</p><p>espaço no meio impresso (fi gura 3.28).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>51Aplicações</p><p>figura 3.29</p><p>Fontes pixel em uso.</p><p>chipart/neil pitman</p><p>https://www.behance.net/gallery/17174315/ChipArt</p><p>free font: sabo/philippe moesch</p><p>behance.net/gallery/16531089/Free-Font-Sabo</p><p>meeting pixel art font/aleph corporation</p><p>behance.net/gallery/29519391/-Meeting-PIXEL-ART-FONT-</p><p>Recomendações de uso/restrições:</p><p>› São fontes de pouco uso em textos</p><p>impressos longos.</p><p>› São utilizadas, principalmente, para</p><p>títulos.</p><p>Efeitos produzidos:</p><p>› Transmitem frequentemente o conceito</p><p>de tecnologia, fazendo referência ao</p><p>mundo digital.</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>52</p><p>3.3 conforto de Leitura</p><p>Para entendermos um pouco como ocorre o processo de percepção</p><p>das letras em nosso cérebro, é importante partirmos da premissa</p><p>de que o cérebro lê a mensagem (o código linguístico) pelo dese-</p><p>nho da palavra (figura 3.30) e não pela junção das letras. Podemos,</p><p>facilmente, perceber isso ao fazer uma leitura distraída de um texto.</p><p>Nessa experiência de leitura, constatamos que algumas palavras são</p><p>trocadas, no ato da leitura, por outras que sejam muito semelhan-</p><p>tes visualmente. Por exemplo, poderemos trocar “pato” por “gato”,</p><p>“preto” por “perto” etc. (figura 3.31).</p><p>figura 3.30</p><p>Esquema do</p><p>processo de leitura.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>figura 3.31</p><p>Processo de leitura e</p><p>palavras semelhantes.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>Assim, é possível perceber que a apresentação visual do texto con-</p><p>tribui em alto grau para o tempo de leitura. A partir dos elementos</p><p>menores de diagramação (espaços entre cada uma das letras, espa-</p><p>ços entre as palavras, contraste da tinta com o papel etc.) podemos</p><p>produzir efeitos mais convidativos à leitura, ou manchas</p><p>de texto</p><p>que poderão induzir a um rápido cansaço visual no leitor.</p><p>Os termos mais recorrentes sobre esse assunto, quando estu-</p><p>damos tipografia, são legibilidade, leiturabilidade e visibilidade.</p><p>Processo de leitura</p><p>“Tudo bem”, disse o Gato, e desta vez ele desapareceu bem</p><p>lentamente, começando pelo final do rabo e terminando</p><p>pelo sorriso, que permaneceu por algum tempo depois do</p><p>resto ter ido embora.</p><p>DESENHO DA</p><p>PALAVRA SEMELHANTE</p><p>Confusão de leitura</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>53</p><p>3.3.1 LegibiLidade</p><p>Legibilidade refere-se ao reconhecimento</p><p>dos caracteres tipográficos de forma mais</p><p>isolada, ou seja, é o reconhecimento indivi-</p><p>dual das letras. Cada fonte possui um dese-</p><p>nho específico que permite maior ou menor</p><p>legibilidade. É importante percebermos que</p><p>a legibilidade mantém uma relação estreita</p><p>com os padrões de leitura instituídos. Esta-</p><p>mos, há aproximadamente cinco séculos,</p><p>acostumados a ler textos longos com um</p><p>determinado tipo de letra, normalmente</p><p>uma letra tradicional com serifas, e isso</p><p>influencia nossa percepção por meio dessa</p><p>exposição constante.</p><p>A legibilidade, também, pode ser influen-</p><p>ciada por meio das diferenças e das seme-</p><p>lhanças entre os caracteres de uma determi-</p><p>nada fonte. Por um lado eles precisam ser</p><p>diferentes entre si para que percebamos a</p><p>individualidade de um “a” e de um “o”, por</p><p>exemplo, mas por outro lado precisam ter</p><p>semelhanças entre caracteres para possu-</p><p>írem uma identidade visual e para serem</p><p>parte de uma mesma fonte.</p><p>Veja a seguir, na figura 3.32, algumas</p><p>questões que influenciam a legibilidade.</p><p>Legibilidade</p><p>Minion</p><p>Playbill</p><p>Bauhaus</p><p>Open Sans</p><p>ao ao Il1 Il1 mrn mrn</p><p>“Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?”</p><p>ao ao Il1 Il1 mrn mrn</p><p>“Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?”</p><p>ao ao Il1 Il1 mrn mrn</p><p>“Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?”</p><p>ao ao Il1 Il1 mrn mrn</p><p>“Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?”</p><p>Os textos em caixa-alta permitem uma</p><p>legibilidade menor do que os textos em</p><p>caixa-baixa, sendo utilizados, basicamente,</p><p>apenas em títulos. Isso se deve ao fato do</p><p>desenho formado ao redor dos textos em</p><p>caixa alta não produzirem praticamente</p><p>nenhuma variação em todas as palavras que</p><p>o compõem. Já os textos em caixa-baixa,</p><p>pela variação de altura das hastes das letras,</p><p>produzem desenhos diferenciados em cada</p><p>palavra, facilitando o trabalho do cérebro</p><p>no reconhecimento de cada palavra e pro-</p><p>duzindo uma sensação confortável na lei-</p><p>tura, principalmente em grandes volumes</p><p>de textos.</p><p>figura 3.32</p><p>Legibilidade.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>54 3.3.2 LeiturabiLidade</p><p>Esse termo descreve a qualidade do conforto visual</p><p>de leitura, referindo-se a sua compreensão. Por</p><p>exemplo, maior conforto de leitura pode fazer</p><p>com que o leitor se dedique à leitura de um texto</p><p>por um tempo maior sem se cansar. Aqui, não</p><p>estamos nos referindo à construção verbal, ou da</p><p>dificuldade conceitual de um texto, mas de sua</p><p>apresentação visual.</p><p>Assim, a leiturabilidade possui maior relação</p><p>com o conjunto dos caracteres em si e com sua</p><p>aplicação na composição do texto. Uma fonte com</p><p>caracteres de excelente legibilidade pode resultar</p><p>em um texto com péssima ou com ótima leiturabi-</p><p>figura 3.33</p><p>Leiturabilidade.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>“Que sensação estranha”, disse Alice: “Eu devo</p><p>estar encolhendo como um telescópio!”</p><p>E daí era fato, ela estava agora com apenas 25</p><p>centímetros de altura, e seu rosto resplandeceu</p><p>ao pensar que aquele era o tamanho exato para</p><p>atravessar a portinha em direção ao adorável</p><p>jardim. Primeiro, entretanto, ela esperou alguns</p><p>minutos para ver se ainda iria encolher: ela sentiu-</p><p>-se um pouco nervosa em relação ao fato “porque</p><p>isso pode resultar, você sabe”, disse Alice para si</p><p>mesma, “em eu sumir como uma vela”.</p><p>“Que sensação estranha”, disse Alice: “Eu devo estar encolhendo como um telescópio!”</p><p>E daí era fato, ela estava agora com apenas 25 centímetros de altura, e seu rosto resplandeceu ao pensar que aquele era o tamanho exato</p><p>para atravessar a portinha em direção ao adorável jardim. Primeiro, entretanto, ela esperou alguns minutos para ver se ainda iria encolher: ela</p><p>sentiu-se um pouco nervosa em relação ao fato “porque isso pode resultar, você sabe”, disse Alice para si mesma, “em eu sumir como uma vela”.</p><p>“Que sensação estranha”, disse Alice: “Eu devo estar</p><p>encolhendo como um telescópio!”</p><p>E daí era fato, ela estava agora com apenas 25 centímetros</p><p>de altura, e seu rosto resplandeceu ao pensar que aquele era o</p><p>tamanho exato para atravessar a portinha em direção ao adorável</p><p>jardim. Primeiro, entretanto, ela esperou alguns minutos para</p><p>ver se ainda iria encolher: ela sentiu-se um pouco nervosa em</p><p>relação ao fato “porque isso pode resultar, você sabe”, disse</p><p>Alice para si mesma, “em eu sumir como uma vela”.</p><p>Leiturabilidade</p><p>Padrão de leitura adequado</p><p>Padrão de leitura inadequado</p><p>Padrão de leitura inadequado</p><p>Fonte de alta legibilidade (Minion) Fonte de baixa legibilidade (Mistral)</p><p>lidade, pois o uso que se fizer dessa fonte afetará</p><p>muito o conforto de leitura.</p><p>Textos pequenos ou textos grandes demais</p><p>(entrelinhas muito apertadas, ou muito abertas,</p><p>espaços entrepalavras e entreletras desajustados,</p><p>cor do texto e do fundo etc.) são dois fatores que</p><p>podem influenciar a leiturabilidade. Outra questão</p><p>muito importante é que dificilmente consegui-</p><p>remos desenvolver um texto com um bom con-</p><p>forto de leitura a partir de uma fonte com baixa</p><p>legibilidade, pois o primeiro elemento de leitura,</p><p>a letra, apresentará problemas de identificação</p><p>(figura 3.33).</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>55</p><p>figura 3.34</p><p>Visibilidade.</p><p>agnes oliveira borges</p><p>maria teresa kurek</p><p>3.3.3 VisibiLidade</p><p>Outro termo importante que diz respeito ao processo de leitura é a visibili-</p><p>dade. Esse conceito tem maior relação com o uso das fontes em tamanhos</p><p>maiores (títulos). Por exemplo, em uma revista temos o título da matéria,</p><p>em uma embalagem temos a marca do produto, em uma placa de sinalização</p><p>temos as orientações escritas etc. (figura 3.34).</p><p>Esse conceito trata mais da resistência visual do que de um determinado</p><p>tipo de letra. Quando lemos um outdoor, por exemplo, além das questões</p><p>de legibilidade dos caracteres, ou seja, se são mais ou menos facilmente</p><p>reconhecidos, ainda precisamos considerar se ele resiste ou não à distância</p><p>de observação do leitor.</p><p>Alta Visibilidade</p><p>(Univers)</p><p>Baixa Visibilidade</p><p>(Garamond)</p><p>Legibilidade</p><p>el</p><p>ab</p><p>o</p><p>r</p><p>aç</p><p>ão</p><p>e</p><p>t</p><p>r</p><p>at</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>e</p><p>te</p><p>xt</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>id</p><p>át</p><p>ic</p><p>o</p><p>s</p><p>T</p><p>ra</p><p>ta</p><p>m</p><p>en</p><p>to</p><p>v</p><p>is</p><p>ua</p><p>l d</p><p>os</p><p>t</p><p>ex</p><p>to</p><p>s</p><p>56</p><p>3.4 comportamento do texto</p><p>A monumentalidade das maiúsculas, o volume, o volume</p><p>dos tipos bold, o fluxo caligráfico e (na maioria das vezes)</p><p>a inclinação do itálico destacam-se de modo eficaz sobre</p><p>um fundo romano pacífico e predominantemente perpen-</p><p>dicular. Experimente reverter essa ordem: o texto não irá</p><p>apenas parecer peculiar; irá também causar desconforto</p><p>físico ao leitor (bringhurst, 2008, p. 63).</p><p>A afirmação acima ilustra o que se espera de um texto</p><p>bem apresentado visualmente, ou seja, traduz o desejo de</p><p>que a leitura ocorra de forma natural. Para tal, é necessária</p><p>a compreensão dos conceitos e dos princípios básicos da</p><p>diagramação.</p><p>3.4.1 mancha de texto</p><p>A união de caracteres em palavras, de palavras em frases e</p><p>de frases em parágrafos forma a mancha de texto (a área de</p><p>cobertura do texto sobre o fundo). Dependendo do tama-</p><p>nho e do peso dos caracteres e dos espaços utilizados, essa</p><p>mancha poderá ser mais clara ou mais escura. Quanto mais</p><p>espessos os traços que formam as letras, mais escura será</p><p>essa mancha.</p>
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